Artigo escrito por
Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em
Logística
É hora de repensarmos as devoluções no
Brasil! A Logística Reversa é uma excelente e estratégica fonte para agregar
valor às vendas e pode ser definida como a maximização do valor dos ativos que
estão sendo subtraídos do fluxo tradicional. Especialistas estimam que os
custos com logística reversa no Brasil atinjam algo ao redor de R$ 15 a R$ 20
bilhões a cada ano e que esses custos deverão aumentar de forma significativa
no futuro.
As pressões econômicas por melhores
resultados estão forçando Indústrias, Atacadistas, Varejistas e Distribuidores
no detalhamento e na revisão dos processos de logística reversa.
Paralelo a isso, a logística verde (ou green
logistics) e as leis ambientais pressionam as empresas a adotarem
políticas de sustentabilidade. Veja o reflexo das normas WEEE, RoHS e ISO14000
na Europa e também nos Estados Unidos.
Também o Marketing Verde ou Ecomarketing
colabora indiretamente para o desenvolvimento da logística reversa. Diversas
empresas do segmento de eletro-eletrônico, telecomunicações, varejo e
cosméticos estão adotando iniciativas nesse sentido, lançando produtos
constituídos de materiais com um maior percentual de reciclagem.
Seguramente, a logística reversa é uma das
poucas oportunidades ainda restantes para os executivos e demais profissionais
da área de Logística criar diferenciais de competitividade em relação aos seus
principais concorrentes.
Muitos Embarcadores adotaram como estratégia
a terceirização da logística reversa. A gigantesca maioria das empresas no
Brasil utiliza lentos, ineficientes e caros processos para gerenciar o retorno
de materiais. Não existem processos diferenciados da logística convencional e
tampouco sistemas especializados. Estão na fase que classificamos como
“Inocência” onde desconhecem o conceito e os benefícios da eficaz gestão da
logística reversa. Consideráveis valores são perdidos, quando a importância
devida não é dada aos retornos, ou quando os processos são tratados de forma
incorreta.
Segmentos de alta tecnologia, empresas de
vendas por catálogo e sites de e-commerce já enfrentam devoluções que
alcançam de 10% a 20% do total vendido. Imagine o custo disso tudo! Ele não se
resume apenas a gastos com créditos concedidos a Clientes, ou garantias e
reparos. Pense nos problemas gerados com o controle dos estoques, perdas por
obsolescência, furtos (o momento da devolução é um dos mais vulneráveis ao furto),
perda de espaço nos armazéns, baixa produtividade da mão-de-obra, erros
operacionais, custos com fretes de re-entregas, etc.
Muitos Operadores Logísticos e
Transportadores evitam “desbravar” os meandros da logística reversa dada a sua
complexidade. Além das dificuldades operacionais, é difícil (muito difícil)
integrar os diversos departamentos internos de uma empresa (Vendas, Marketing,
Produção, Logística, Pesquisa e Desenvolvimento, Financeiro) na correta gestão
da logística reversa. Daí a excepcional oportunidade que existe para essas
empresas aumentarem suas vendas. Um sólido entendimento das necessidades de
seus Clientes e do processamento das devoluções permitirá aos provedores
logísticos ascender rapidamente a uma destacada posição no mercado brasileiro.
Veja o caso da GENCO LOGISTICS (WWW.genco.com), nos Estados
Unidos, segundo maior operador logístico norte-americano e que faturou US$ 2,3
bilhões em 2010, e que conta com mais de 6.500 funcionários e 115 armazéns em
operação. É a empresa líder mundial em logística reversa, com clientes como
Dell, Sears, Best Buy, Unilever, Hersheys, Whirlpool, etc., prestando uma ampla
gama de serviços que sequer imaginamos que uma empresa de logística possa
oferecer no Brasil:
·
Recebimento,
triagem e armazenagem de produtos ou componentes devolvidos
·
Coleta
de produtos em Clientes
·
Expedição
e transporte
·
Reparos
e recuperação de materiais
·
Re-certificação
·
Testes
e garantias
·
Destinação
final
·
Administração
de processos de recall de produtos
·
Liquidação
de produtos
·
Gestão
da informação
·
Gestão
do tempo de ciclo de logística reversa
Para você, embarcador, antes de terceirizar,
responda às seguintes perguntas:
·
A
logística reversa é considerada uma competência estratégica para a sua empresa?
·
Seus
custos e volumes são realmente representativos?
·
Isoladamente,
você terá condições de buscar a melhor solução em termos de custos e nível de
serviço?
·
Você
terá condições de oferecer um rápido retorno ao mercado primário ou secundário
para um bem de pós-venda?
E para você Operador Logístico ou
Transportador, não pense duas vezes em se “aventurar” na Logística Reversa. Ou
você irá querer ficar de fora de um mercado que deverá atingir R$ 15 a R$ 20
bilhões nos próximos anos?