segunda-feira, 18 de março de 2013

Por que está cada vez mais difícil (e inviável) entregar nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro?



Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

O mês de março, em seus primeiros 10 dias, registrou altíssimos índices de congestionamento em São Paulo, inclusive marcado o recorde do ano, no dia 08, com 261 km, nas vias monitoradas pela CET - Companhia de Engenharia de Tráfego. Vale lembrar que o dia 01/06/2012 registou o maior trânsito na história de São Paulo, com 295 km. Segundo dados da empresa Maplink, que utiliza a tecnologia GPS instalada em milhares de veículos, o congestionamento foi de 562 km nessa data.

A cidade de São Paulo tem mais de 15.000 km de vias, mas a CET monitora apenas 5,4% das vias, o que equivale a 868 km do total existente, porém pretende expandir o monitoramento para 3.304 km de vias até o final de 2016.

Estudo recente feito pelo IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, constatou que a os moradores das grandes metrópoles brasileiras enfrentam trajetos de casa para o trabalho entre os mais demorados do mundo; a Grande São Paulo passou a ter o trajeto mais demorado do país, ultrapassando a região metropolitana dao RIo de Janeiro. Em média, os paulistanos e habitantes dos municípios vizinhos gastam 42,8 minutos no deslocamento de suas residências ao trabalho; no Rio de Janeiro são 42,6 minutos. Em outras sete metrópoles brasileiras analisadas e no Distrito Federal a demora é bem menor, mas em geral é crescente, com exceção da cidade de Porto Alegre (RS).

Em São Paulo a tendência é crescente; em 1992 o tempo médio de deslocamento era de 38,2 minutos; em 2002 saltou para 40,0 minutos e em 2012 para 42,8 minutos. No Rio de Janeiro os números permaneceram praticamente estáveis, apresentando uma pequena melhora, saindo de 43,6 minutos em 1992, para 42,1 minutos em 2002 e 42,6 minutos em 2012. Cidades como Recife (PE) e Salvador (BA) apresentaram tempos médios de 34,9 minutos e 33,9 minutos respectivamente. Cidades como Curitiba (PR), Fortaleza (CE) e Belém (PA) também vem apresentando evoluções significativas nos tempos de trânsito, com tempos superiores a 32 minutos por trajeto.

A frota do município de São Paulo está prestes a atingir 7,5 milhões de veículos e a incrível marca de 1,5 habitante por veículo, índice semelhante a de cidades européias e norte-americanas. Desses quase 7,5 milhões de veículos, 72,2% são automóveis, 12,9% são motocicletas, 10,9% são camionetes, microônibus e utilitários e apenas 3,1% correspondem a caminhões e reboques/semi-reboques. Diante desses números, podemos concluir que os caminhões são os grandes vilões dos congestionamentos nas grandes cidades?

Nos últimos anos, as cidades têm adotado políticas restritivas à circulação dos veículos de transporte de cargas, obrigando as Transportadoras a utilizarem alternativas cada vez mais caras e menos produtivas. Isso afeta diretamente o custo do frete e o preço final das mercadorias.

Um veículo de porte médio, transportando 6 a 8 toneladas teria um custo de R$ 50 a R$ 70 por tonelada, enquanto que um veículo do tipo VUC (Veículo Urbano de Carga), habilitado para cicular em São Paulo, terá um custo de R$ 200 a R$ 300 por tonelada. Um veículo VLC (Veículo Leve de Carga) terá um custo de R$ 100 a R$ 200 por tonelada.

As políticas restritivas, combinadas à ineficiência da operação nos canais de distribuição (em especial o setor varejista), geram um custo proibitivo, inviável para diversos tipos de mercadorias e para diversas Transportadoras. Não há TDE - Taxa de Dificuldade de Entrega ou o pagamento de diárias de motoristas que remunere adequadamente o serviço prestado.

Muitas dessas Transportadoras estão realmente avaliando a viabilidade técnica e econômico-financeira de continuar atendendo a Grande São Paulo e os municípios da zona metropolitana do Rio de Janeiro. E como esse fenômeno não se restringirá apenas a essas duas metrópoles, podemos esperar reação semelhante de outras empresas em cidades como Curitiba, Florianópolis, Blumenau, Joinville, Salvador, Recife, Fortaleza, Belo Horizonte, Vitória, Vila Velha, Cariacica, Manaus, Belém, Goiânia, etc.

Essas Transportadoras têm investido continuamente no treinamento de seus tripulantes, na renovação da frota, em sistemas de comunicação em tempo real, em segurança, etc., mas sem a devida contrapartida financeira. Como sustentar tudo isso a médio e longo prazo?

Mais do que simplesmente repassarmos essa ineficiência ao preço das mercadorias, algo precisa ser feito, envolvendo o poder público, especialistas do setor, Transportadoras e os canais de distribuição mais representativos.

Caso contrário, veremos importantes players do setor abandonarem o trecho final de um complexo processo chamado distribuição. Queremos que esses protagonistas do mundo logístico continuem atuando ou preferiremos repassar isso a empresas despreparadas e incapacitadas para tal?

Pense nisso! Bom trabalho!
  
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quarta-feira, 6 de março de 2013

Artigo: Em 2013, Evite Errar o Alvo...


Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda


Desde dezembro do ano passado tenho realizado diversas palestras em transportadoras, em eventos que normalmente reúnem gerentes corporativos, gerentes de filiais e a equipe comercial.  Isso tem permitido um contato direto com executivos da maiores transportadoras do Brasil como Translovato, Atlas Transportes, Expresso Jundiaí, Patrus, etc. Em todas essas empresas percebemos um grande desapontamento com o ano de 2012 e uma grande preocupação com o rumo do mercado para os próximos anos.

Desde 2006 tenho alertado em meus cursos e artigos que 2012 e 2013 seriam anos importantes, por representarem um momento de inflexão na curva de gestão das Transportadoras e no relacionamento entre Embarcadores e Prestadores de Serviços em Logística e Transportes. Resumindo: daqui para frente nada mais será igual como antes. Teremos que reinventar as Transportadoras e rever a forma como fazemos negócios e como avaliamos se um Cliente é bom ou não é. Se repetirmos o modelo de gestão anterior, com certeza não estaremos aqui em 2014 ou 2015.

O ano passado foi complicado, ainda mais em Dezembro. O "efeito ressaca" se estendeu por 2 ou 3 meses em 2013. Até hoje algumas Transportadoras detém em seus terminais de cargas mercadorias faturadas em 2012, que se transformaram em verdadeiros "micos", pois os destinatários já não querem mais receber e os Fabricantes recusam-se a autorizar a devolução dos materiais. A Transportadora está "encurralada" nesse embate comercial e financeiro entre seus Clientes e os Clientes de seus Clientes.

O ano de 2012 não foi bom e 2013 não será diferente. Será um ano tão ou mais "emblemático" do que 2012. Portanto, prepare-se. Não espere crescimento de 3% a 4% como alardeia o Governo Federal. Trabalhe com cenários mais realistas, já que na prática nada está sendo feito para reverter o quadro macroeconômico no Brasil; as autoridades monetárias continuam esperando que o mercado interno sustente o crescimento brasileiro. Se eu estiver errado, e o Brasil crescer, ótimo, mas se eu estiver certo, e o Brasil crescer de forma medíocre, você estará preparado.

Prepare-se, primeiramente, tendo um plano estratégico para os proximos 3 a 5 anos, com medidas objetivas para se alcançar maior competitividade. Deixe bastante claro na sua empresa onde você quer chegar. Essas medidas, chamadas de diretrizes estratégicas, podem envolver a prospecção de novos clientes de um determinado segmento, a reavaliação dos processos de custeio e formação de preços, o aperfeiçoamento dos controles na área operacional, a revisão da estrutura organizacional e do quadro de funcionários, a implantação de novas tecnologias ou sistemáticas de gestão, a abertura de novas Filiais, o reforço da equipe de vendas, a prestação de um novo tipo de serviço, a construção de um novo terminal de cargas ou de um centro de distribuição, etc. Depois desdobre essas diretrizes estratégicas em planos de ação, nomenado responsáveis, definindo prazos, indicadores para monitoramento das ações, etc. Paralelamente ao plano estratégico, tenha um orçamento.

Com base nas metas estabelecidas em seu plano estratégico defina 4 a 5 indicadores para cada gestor. Ele posteriormente também desdobrará isso para sua equipe de coordenadores ou supervisores, e assim por diante, em efeito "cascata". Defina uma forma de monitorar os resultados e uma metodologia para lidar com os desvios verificados em relação às metas estabelecidas.

Aproveite este ano para realmente reinventar a sua empresa. Reveja seus processos-chave, sua estrutura organizacional, seu modelo de gestão (incluindo suas ferramentas para gestão financeira), sua carteira de clientes, seu portfólio de serviço, sua malha operacional, seus parceiros, etc.

Utilize este ano para "fazer a sua lição de casa". Organize-se internamente para crescer de forma saudável. Lembre-se, você precisa rever a sua forma de trabalho e como lidará com o mercado daqui para frente. Ou você quer passar por mais um estresse como esse que você vivenciou recentemente ao longo de 2012 e início de 2013?

Não desanime. O mercado vai mudar. Porém, toda mudança é dolorosa. Ela custará importantes horas de nossas vidas, consumirá alguns cabelos, embranquecerá outros, nos fará engordar ou emagrecer, e possivelmente nos forçará a procurar médicos e hospitais.

Faça a sua parte. Não deixe para depois. Este é o momento ideal. Não se esqueça nunca: "na logística e no transporte precisamos correr muito para permanecermos no mesmo lugar"!

Boa sorte, bom trabalho. E ainda dá tempo de desejar um excelente 2013!

 MATERIAIS EXCLUSIVOS PARA OPERADORES LOGÍSTICOS 

Estudo de Análise de Segmentos de Mercado 2013
 
A Guepardo Logística, uma divisão de serviços da TIGERLOG, realizou um  profundo e minucioso estudo de análise de segmentos de mercado, voltado exclusivamente para Operadores Logísticos e Transportadoras no Brasil.
Caso queira adquirir esse valiosíssimo estudo de mercado, nos contate através do e-mail:
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Trata-se de um estudo detalhando contemplando os seguintes segmentos
 
1)      Alimentos e Bebidas
 
2)      HPPC - Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

3)      Têxtil e Calçados

4)      Químico e Petroquímico

5)      Automotivo e Autopeças

6)      Farmacêutico

7)   Alta Tecnologia - computadores, telecomunicações, processadores, componentes eletrônicos, entre outros.

8)      Móveis
 
O trabalho detalhará o funcionamento de cada um dos mercados acima, disponibilizando dados relevantes bem como a estratégia comercial recomendada para a abordagem dos Clientes.
Cada um dos segmentos poderá ser adquirido por 180,00 - Cento e Oitenta Reais, através de depósito em conta-corrente.
Basta enviar e-mail confirmando o interesse em adquirir o material e informar os dados cadastrais da sua empresa para a emissão da NF. Todos os OITO segmentos poderão ser adquiridos por 990,00 - Novecentos e Noventa Reais.

O material será disponibilizado em versão eletrônica, através de e-mail ou CD, em Power Point, e será encaminhado pelo Correio, no caso de CD.

Esteja a frente de seus concorrentes em 2013, invista seus esforços nos segmentos mais atraentes.

Leia abaixo o artigo escrito por Marco Antônio Oliveira Neves, diretor da Tigerlog / Guepardo, sobre os rumos do mercado nesse ano de 2013 para transportadoras e operadores logísticos.