sexta-feira, 21 de março de 2014

CINCO dicas para você melhorar a sua Gestão de Transportes

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Problemas não faltam quando falamos no transporte rodoviário de cargas no Brasil.

A crônica falta de motoristas, os aumentos sucessivos do diesel e da gasolina, a ampliação das restrições à circulação de veículos nas grandes cidades, o aumento no roubo de cargas, etc., tem atormentado a vida de que está diretamente envolvido com a atividade de gestão de transportes.

Diante de tantas dificuldades e desafios, precisamos desenvolver soluções adequadas de planejamento, gestão e operação. Caso contrário, correremos o risco de perder dinheiro, muito dinheiro!

Abaixo, indico algumas ações que considero extremamente importantes para que as empresas:

1. Desenvolva parcerias realmente verdadeiras e consistentes com suas Transportadoras e Operadores Logísticos.
Tenha uma visão de longo prazo. Determine metas e estabeleça ações de melhorias conjuntas. Priorize o ganha-ganha. Tenha contratos e estabeleça claramente os direitos e deveres de cada parte. Compartilhe benefícios. Integre informações. Troquem conhecimento. Não entenda que as coisas funcionam com "eles lá e a gente cá". Equilibre aspectos comerciais e técnicos. Use o bom senso.

2. Atue muito próximo de seus parceiros, mas sem atrapalhá-los.
Esteja mais presente em seus parceiros. Programe visitas constantes nas Transportadoras e nos Operadores Logísticos. Avalie a infraestrutura existente e disponibilizada pelos seus parceiros. Cheque os processos (se é que eles realmente existem) e avalie o valor agregado ao negócio. Audite os resultados obtidos. Mapeie as competências e habilidades do pessoal-chave que atua em seus parceiros e treine a equipe operacional e de apoio administrativo se julgar necessário. Trabalhem em conjunto. Terceirizar não significa abdicar. Some as competências existentes em cada lado, assim você realmente multiplicará os resultados. Atue em mão dupla e não de forma unilateral.

3. Aprofunde-se na rotina diária da Transportadora ou do Operador Logístico.
Administre a atividade de transporte in-loco, saia do conforto da sua sala com ar condicionado. Não dá para gerenciar a atividade de transporte e nem os seus parceiros à distância; a medição e o acompanhamento de um indicador, por mais importante que ele seja, nunca substituirá a presença física. Parece retrógrado não é? Sim, pode parecer, diante de tantas tecnologias existentes, mas é a mais pura verdade.Transporte é dinâmico demais; ocorre na rua, lidando com diversas variáveis que poderão interferir nos resultados inicialmente planejados. Esteja presente, conheça a realidade, nua e crua. Aprofunde-se na rotina diária e entenda claramente como as coisas funcionam e como você poderá ajudar.

4 Planeje, planeje e planeje.
Qualquer ação exige um planejamento prévio. Por mais que a atividade de transporte de cargas seja entendida como algo extremamente operacional, é necessário definir os patamares de desempenho a serem alcançados, dimensionar os recursos necessários, implementar ações para a otimização dos recursos disponibilizados, zelar pelo fluxo e pela acuracidade das informações, determinar normas e políticas para atuar de forma segura, minimizando riscos, etc. Tudo isso acontece ANTES da operação e envolve ações de planejamento e gestão. Avalie o que é feito nessas duas esferas de tomada de decisão, tática e estratégica, e verifique se você e seus parceiros estão atuando corretamente.

5 Pense e aja em tempo REAL.

Precisamos monitorar a atividade de transportes em tempo real. Isso já não é mais difícil e nem caro. Não faltam tecnologias. Dispomos de WEB/WAP, GPS, GPRS, telemetria, etc. O maior problema hoje, na prática, está na estruturação da retaguarda de pessoas e de processos para a análise e tomada de decisões. Tenho insistido, constantemente em meus artigos, na criação de uma estrutura semelhante a uma Torre de Controle. Sem ela, desperdiçaremos os infinitos benefícios que poderão ser obtidos através de uma gestão on-line, real time. Muitos argumentam que isso é caro, demorado, complexo. Pode até ser, mas o barato de hoje custará muito caro amanhã. Pense nisso!

segunda-feira, 10 de março de 2014

E agora, vai fazer o que?

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Mal começou o ano, e a pesquisa Focus do Banco Central anuncia que a projeção de crescimento do PIB para 2014 caiu para 1,67%; no final do ano passado falava-se em 2,5%. Para complementar a má notícia, os economistas consultados ainda aumentaram a estimativa de inflação de 5,93% para 6%.

Não faltam notícias ruins, pipocando aqui ou ali. Também não faltam previsões pessimistas para 2014, considerando ainda a Copa do Mundo e as eleições presidenciais.

A verdade é que o cenário é realmente preocupante. Mas, diante dessa situação, você vai fazer o que? Vai se comportar com mero espectador, passivo diante dos desafios, ou vai desenvolver soluções alternativas para driblar a crise?

A maioria, infelizmente, vai se conformar com a situação, alegando que não é o momento adequado para mudanças, inovações, etc. Vai colocar a culpa em tudo e em todos pelo seu infortúnio. Mas, se você quiser, você pode pelo menos tentar mudar essa história. Se não der totalmente certo, pelo menos você sabe que tentou.

Primeiro, verifique se você tem uma estratégica clara para este e para os próximos anos. Avalie se a empresa tem um rumo certo e se essa escolha está sendo positiva para os seus negócios. Você está ganhando dinheiro? Se você respondeu "não sei" é sinal de que a situação é muito pior do que imaginamos. Se você não conta com informações adequadas para a tomada de decisão, quer dizer que administra a sua empresa na "tentativa e erro"? Isso custa caro, muito caro!

Avalie os mercados no qual a sua empresa atua. Diante do cenário econômico atual e futuro, esses mercados são realmente atraentes? Atuo em segmentos com excelentes perspectivas no curto, médio e longo prazo? Devo partir para a inovação ou insistir nos segmentos atuais?

Olhe para seus Clientes. A relação vem evoluindo ao longo dos últimos meses ou anos, ou caminha para uma deterioração quase que inevitável em função dos valores praticados (e desejados) e da percepção em relação ao nível de serviço prestado? Devo acelerar o processo de "oxigenação" da carteira ou devo ampliar os esforços na fidelização dos atuais clientes? Ou preciso fazer as duas coisas simultaneamente?

Avalie o portfólio de serviços e verifique se não existe a possibilidade de ampliação dos vínculos comerciais existentes. Não há nada de novo que a sua empresa possa fazer?

Nessa reavaliação tática e estratégica, defina metas e o horizonte de tempo em que isso deverá ser atingido.

Ratificada ou retificada a estratégia da empresa, devemos avaliar se as pessoas, processos, infraestrutura, tecnologia e sistemas de gestão estão totalmente alinhados com as metas propostas. Provavelmente não estarão. E é aí que devemos começar a olhar para dentro da empresa.

Avalie o pessoal chave da sua empresa. Você está realmente contente com eles? Eles estão desempenhando seus papéis de forma diferenciada? Tem metas claramente definidas? Foram treinados para as funções exercidas? São constantemente avaliados? Recebem feedback? Contam com as ferramentas necessária para o bom desempenho das funções a eles atribuídas?

E os processos? Estão formalizados em fluxogramas ou modelos descritivos? São constantemente revisados? São totalmente aderentes às tecnologias empregadas na empresa? Os novos funcionários, ao iniciar na empresa, têm conhecimento dos processos existentes? Existe uma auditoria interna para comprovar o respeito aos processos e a sua eficácia na realização das metas propostas?

Falamos agora de tecnologia. Sua empresa gasta, por ano, o equivalente a 0,5% a 2,0% da receita operacional líquida (ROL) com tecnologia da informação. Esse investimento é bem aproveitado? Na sua empresa, a tecnologia ajuda ou atrapalha? Os processos estão automatizados? Controles em papel são realmente escassos? As pessoas conseguiram se livrar de grande parte das atividades manuais realizadas por conta da natureza da atividade de logística e transporte? O processo de tomada de decisão na sua empresa está amparado em dados e fatos, disponibilizados pelas soluções tecnológicas utilizadas?

Por fim, tratamos dos sistemas de gestão. As "regras do jogo" estão claras para todos os funcionários?  As pessoas têm conhecimento de como se comportar e do que fazer para serem promovidas, por exemplo? Existe meritocracia na empresa? Indicadores de desempenho são medidos? Planos de ação são implementados? As lideranças estão devidamente preparadas para conduzir suas equipes a patamares elevados de desempenho?


Como pudemos ver nesse breve artigo, há muito o que fazer. Portanto, não se comporte de forma passiva diante de um cenário econômico desfavorável. Ao contrário, trabalhe mais, muito mais. Busque alternativas, inove. Faça um pente fino na empresa. Prepare-a para um novo salto, que se Deus permitir, ocorrerá nos próximos anos. Bom trabalho!