terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Transportadoras em um Beco (quase) sem Saída...Existe Solução?

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Você já deve ter utilizado essa expressão: "Estamos em um beco sem saída". Ela normalmente é utilizada quando nos encontramos em situações extremamente complexas, difíceis de serem resolvidas, onde nos restam pouquíssimas alternativas. É exatamente o que está acontecendo com a granda maioria das Transportadoras neste momento.

A alta de custos operacionais (diesel, mão de obra, etc.) e os anos de defasagens acumuladas em seus preços, colocaram as Transportadoras em uma situação de alerta extremo. Ou elas imediatamente tomam medidas corretivas e preventivas, ou sucumbirão diante dos desafios futuros.

A verdade é que atingimos uma situação altamente preocupante, que se não for revertida a tempo, levará a uma gigantesca taxa de mortalidade entre as Transportadoras brasileiras, colaborando para corroer um dos mais importantes e estratégicos segmentos da economia, o setor de transportes!

E isso, no médio prazo, contribuirá para um aumento natural do preço dos fretes, em função da oferta e da demanda por serviços.

Não podemos culpar apenas os Embarcadores. Grande parcela da responsabilidade por essa situação caótica deve ser atribuída aos próprios Transportadores, que por sua incapacidade de custear e formar preços, acabaram propondo ou aceitando fretes incompatíveis com as suas realidades operacionais.

O que fazer agora?

A primeira coisa a fazer, é obter os custos reais da sua empresa e apresentar as defasagens para os seus Clientes. De nada adiantará ir ao mercado e reclamar aumentos, se você não sabe exatamente, o quanto pedir. Poderá perder uma excelente oportunidade. Sem argumentos numéricos, você poderá propor 15% de reajuste e aceitar 5%, achando que fez um ótimo negócio. Prepare-se para uma negociação longa e exaustiva.

Seu Cliente está lhe ameaçando com uma cotação no mercado? Sem problemas! Assim ele descobrirá que os fretes estão realmente defasados. Não tema! Ah, mas vai aparecer uma meia dúzia de malucos orçando fretes ainda menores? Sim, claro! Mas aguarde! Seu Cliente provavelmente terá feito um péssimo negócio, e em breve lhe procurará para renegociar, isso se o seu interlocutor ainda estiver empregado!

O segundo passo é mais complexo. Trata de identificar medidas internas para a otimização dos resultados da empresa, definir metas, desenvolver ações de melhoria contínua e monitorar os resultados obtidos.  Isso envolverá pessoas, processos, sistemas de gestão, ferramentas tecnológicas e infraestrutura. É um processo de diagnóstico demorado e complexo, mas necessário. Sem isso, sua empresa será pouco competitiva no mercado.

O terceiro passo trata de uma reorientação estratégica. Ou seja, para onde direcionar a sua empresa no futuro. Onde queremos chegar e como faremos para chegar lá. É um exercício vital para a sobrevivência e perpetuação da empresa. Execute-o imediatamente, e se possível contanto com o auxílio de profissionais especializados.

Realmente, parece que estamos em um "buraco sem saída" e que não há mais o que fazer. A boa notícia é que ainda há o que fazer. A má notícia é que nada será resolvido de forma simples e rápida; vai exigir investimentos, dedicação e perseverança da empresa e de seus colaboradores. É difícil, mas ainda não é impossível.


Infelizmente, muitas Transportadoras não terão fôlego suficiente para essa última caminhada, ou não saberão trilhar o caminho correto, e engrossarão as estatísticas das empresas de Transportes que já não existem mais. Você não quer fazer parte dessa lista, quer? 

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