Artigo escrito por
Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em
Logística Ltda
Você já deve ter utilizado essa expressão: "Estamos em um beco sem
saída". Ela normalmente é utilizada quando nos encontramos em situações
extremamente complexas, difíceis de serem resolvidas, onde nos restam
pouquíssimas alternativas. É exatamente o que está acontecendo com a granda maioria das Transportadoras
neste momento.
A alta de custos operacionais (diesel, mão de obra, etc.) e os anos de
defasagens acumuladas em seus preços, colocaram as Transportadoras em uma
situação de alerta extremo. Ou elas imediatamente tomam medidas corretivas e
preventivas, ou sucumbirão diante dos desafios futuros.
A verdade é que atingimos uma situação altamente preocupante, que se não
for revertida a tempo, levará a uma gigantesca taxa de mortalidade entre as
Transportadoras brasileiras, colaborando para corroer um dos mais importantes e
estratégicos segmentos da economia, o setor de transportes!
E isso, no médio prazo, contribuirá para um aumento natural do preço dos
fretes, em função da oferta e da demanda por serviços.
Não podemos culpar apenas os Embarcadores. Grande parcela da
responsabilidade por essa situação caótica deve ser atribuída aos próprios
Transportadores, que por sua incapacidade de custear e formar preços, acabaram
propondo ou aceitando fretes incompatíveis com as suas realidades operacionais.
O que fazer agora?
A primeira coisa a fazer, é obter os custos reais da sua empresa e
apresentar as defasagens para os seus Clientes. De nada adiantará ir ao mercado
e reclamar aumentos, se você não sabe exatamente, o quanto pedir. Poderá perder
uma excelente oportunidade. Sem argumentos numéricos, você poderá propor 15% de
reajuste e aceitar 5%, achando que fez um ótimo negócio. Prepare-se para uma
negociação longa e exaustiva.
Seu Cliente está lhe ameaçando com uma cotação no mercado? Sem problemas!
Assim ele descobrirá que os fretes estão realmente defasados. Não tema! Ah, mas
vai aparecer uma meia dúzia de malucos orçando fretes ainda menores? Sim,
claro! Mas aguarde! Seu Cliente provavelmente terá feito um péssimo negócio, e
em breve lhe procurará para renegociar, isso se o seu interlocutor ainda
estiver empregado!
O segundo passo é mais complexo. Trata de identificar medidas internas para
a otimização dos resultados da empresa, definir metas, desenvolver ações de
melhoria contínua e monitorar os resultados obtidos. Isso envolverá
pessoas, processos, sistemas de gestão, ferramentas tecnológicas e
infraestrutura. É um processo de diagnóstico demorado e complexo, mas
necessário. Sem isso, sua empresa será pouco competitiva no mercado.
O terceiro passo trata de uma reorientação estratégica. Ou seja, para onde
direcionar a sua empresa no futuro. Onde queremos chegar e como faremos para
chegar lá. É um exercício vital para a sobrevivência e perpetuação da empresa.
Execute-o imediatamente, e se possível contanto com o auxílio de profissionais
especializados.
Realmente, parece que estamos em um "buraco sem saída" e que não
há mais o que fazer. A boa notícia é que ainda há o que fazer. A má notícia é
que nada será resolvido de forma simples e rápida; vai exigir investimentos,
dedicação e perseverança da empresa e de seus colaboradores. É difícil, mas
ainda não é impossível.
Infelizmente, muitas Transportadoras não terão fôlego suficiente para essa
última caminhada, ou não saberão trilhar o caminho correto, e engrossarão as
estatísticas das empresas de Transportes que já não existem mais. Você não quer
fazer parte dessa lista, quer?
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