segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Más Notícias para quem tem problemas com a falta de espaço nos armazéns


Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Problemas com a falta de espaço no seu armazém?

As medidas paliativas como o acondicionamento de materiais em corredores e plataformas ou a utilização de galpões em lona ou infláveis já não surtem mais efeito?

A estocagem externa em Operadores Logísticos, além de gerar custos adicionais, levou a um descontrole sobre o inventário e a uma maior complexidade operacional?

Sua empresa já estudando a viabilidade técnico-econômico-financeira de construir um novo Centro de Distribuição com recursos próprios ou através de investidores na modalidade built-to-suit? Ou resolveu partir definitivamente para a terceirização total das operações logísticas?

Bem, não importa a solução adotada. Em todas elas você terá o mesmo problema, mais cedo ou mais tarde, a FALTA DE ESPAÇO! Mesmo que você construa ou alugue instalações físicas além da sua necessidade atual, em breve, muito antes do que você imaginar, você enfrentará novamente o mesmo problema: a FALTA DE ESPAÇO!

Mas, qual a razão disso? Na quase totalidade dos casos, quanto mais espaço você criar, mais estoque você terá! Isso ocorre em função de um "afrouxamento" em todos os processos relacionados a vendas e marketing, produção, compras e PCP. Na prática, todos os departamentos envolvidos flexibilizarão suas decisões, premissas e variáveis-chave de decisão.

A área de produção, por exemplo, aproveitará para reavaliar os lotes mínimos de fabricação e a necessidade de setups em seus maquinários; o setor de Compras, por sua vez, utilizará a oportunidade para negociar volumes adicionais com seus Fornecedores e antecipar pedidos para aumentar seu poder negocial. Vendas, por fim, argumentará que com o espaço excedente poderá formar uma segura e robusta política de estoques para atender seus clientes prontamente.

Isso tudo, aliado à maior complexidade logística em função do aumento do número de itens comercializados, necessidade de controle por lotes, redução no tamanho dos pedidos, atuação em novos canais de distribuição e aumento da logística reversa, acarretará em uma verdadeira "bomba relógio" pronta para explodir a qualquer momento, nas mãos da área de logística.

Portanto, a solução não está na ampliação da capacidade de estocagem, mas sim na revisão de seu processo de planejamento de vendas e operações e no redimensionamento de sua política de estoques. Precisaremos trabalhar na eliminação dos erros e na redução das "folgas".

Mais radical, empresas asiáticas estão desmontando seus porta-páletes e partindo para um processo de "desverticalização" de seus armazéns, para justamente limitar essa "folga" existente. Desde então, estocam apenas de forma blocada, com empilhamento máximo de dois ou três páletes. De uma forma simples, operam em um sistema kanban: se tiver espaço produz, se não tiver, não produz, portanto, os erros nas previsões de vendas precisarão ser os menores possíveis.

Se você simplesmente atender elasticamente à crescente necessidade de espaço, apenas aumentará o tamanho do seu problema e postergará a explosão dessa "bomba relógio". Até lá, será "acusado" pelo aumento dos custos logísticos, pela inexistência de um plano diretor em logística e da falta de visão estratégica, etc.

Aí está a má notícia, não será tão fácil resolver esse problema. Você precisará ser extremamente hábil e diplomático para envolver a área Comercial e Marketing, Produção, Compras e PCP sem criar problemas e sem ser boicotado (ou até perder seu emprego).

Precisará supera obstáculos culturais, desmistificar verdades internas, transpor barreiras relacionadas a sistemas, rediscutir processos, questionar relações de poder.

Está pronto para essa longa e emocionante jornada? Boa sorte!

Conferente, uma importante peça na engrenagem do armazém. O que você está fazendo para atrair e reter bons profissionais para essa função?


Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda


Vivemos um momento difícil no que se refere à gestão de pessoal em armazéns. Está difícil atrair e reter os melhores talentos. Muito disso, devido ao crescimento econômico, mas parte também pela falta de bons profissionais no mercado. O desequilíbrio entre a oferta e a demanda tem encarecido essa mão-de-obra. Isso, somado à maior qualificação dos profissionais, em função do acesso às universidades, colabora ainda mais para o aumento dos custos com funcionários. Já não é novidade encontrarmos líderes operacionais, conferentes, operadores de empilhadeira e até auxiliares de operação com o terceiro grau concluído ou em fase de conclusão; em alguns casos mais raros encontramos até profissionais com pós-graduação.

Diante da escassez de profissionais, as empresas, em um primeiro momento, reduzem as exigências mínimas para o cargo e flexibilizam seus critérios de recrutamento e seleção; em um segundo momento são obrigadas a rever salários e o plano de benefícios. Por fim, em um terceiro momento precisam desenvolver um plano de cargos e salários e sistemas de remuneração variável.

Encarregados, líderes operacionais, conferentes, pickers, operadores de empilhadeiras, auxiliares operacionais... afinal em qual função devemos direcionar nossos esforços?

Não existe cargo ou função mais ou menos importante em uma operação de movimentação e armazenagem de materiais; podemos considerar todas igualmente importantes, mas sem dúvida alguma, os conferentes desempenham um papel primordial no tocante à acuracidade das informações, produtividade nas docas e nível de serviço aos Clientes.

Pelas mãos e sob os olhos atentos dos conferentes passa tudo aquilo que entra e sai de um armazém. Trata-se de uma difícil profissão, que não permite falhas ou descuidos, pois qualquer erro poderá se traduzir em enormes prejuízos para Fornecedores, Clientes internos e externos.

Conferentes precisam reunir qualidades imprescindíveis até para os mais altos escalões em qualquer área. Devem, acima de tudo, ser extremamente honestos. A essa importante virtude, complementamos com disciplina, rigor, capacidade analítica, flexibilidade, etc.

Tamanha importância raramente é reconhecida pelas empresas. Embora exerçam atividades que exigem altíssima responsabilidade e confiança, não recebem formação adequada e acabam aprendendo no dia-a-dia, em meio a erros e acertos. É um aprendizado difícil e doloroso, e que muitas vezes implacável, que resulta na demissão desses profissionais!

Faltam bons conferentes no mercado. Se você conta com um ou mais bons profissionais na sua empresa, faça o possível e o impossível para retê-los. Custará muito caro a reposição de um profissional de boa qualidade.

E o que pode ser feito nesse sentido?

Invista em treinamento, seja para a capacitação ou reciclagem desses profissionais. Afinal, qual foi a última vez em que seus conferentes participaram de um treinamento?
Ofereça a esses profissionais todas as ferramentas necessárias para o bom desempenho de suas atividades, seja em infra-estrutura física, pessoas ou tecnologia da informação.

Estabeleça um canal de comunicação com toda equipe operacional. Ouça os seus colaboradores, reflita em conjunto com eles e identifique oportunidades de melhorias. Incentive-os a buscar soluções criativas e de fácil implantação.

Certifique-se que a liderança formal desempenha um papel adequado junto à equipe. Caso contrário, isso poderá gerar um gigantesco problema e produzir resultados altamente indesejáveis.

Defina indicadores de desempenho e metas. Capacite a sua equipe a buscar a melhoria contínua através das tradicionais ferramentas da Qualidade Total, como o PDCA, 5W2H, Diagrama de Ishikawa, Brainstorming, Cinco Porquês, etc. Comemore os resultados alcançados e premie a sua equipe.

Agindo dessa forma, você poderá reter seus melhores profissionais e desenvolver sucessores capazes de manter ou até melhorar o nível de serviço atual. Boa sorte!

O Esforço Inútil de Vendas na Prestação de Serviços Logísticos


Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda 

Muitas vezes não temos a contra-partida adequada ao investirmos recursos adicionais na equipe comercial. É difícil entender o porquê disso, pois ao ampliarmos a força de vendas, esperamos aumentar rapidamente a receita com novos Clientes e Clientes atuais.

Mas porque isso acontece?

Isso ocorre em função do que podemos chamar de "esforço inútil" de vendas, algo que passa despercebido por muitos gerentes comerciais e até mesmo pelos próprios profissionais da área. Esse "esforço inútil" pode consumir até 70% do tempo de um vendedor ou executivo de vendas.

O "esforço inútil" de vendas corresponde a importantes horas dos vendedores ou executivos de vendas desperdiçadas em ações de pouca ou nenhuma efetividade de vendas; embora pareça que se está trabalhando muito, na prática, pouco está sendo feito para contribuir em novos negócios.

São exemplos de "esforços inúteis" de vendas:
- prospecção de clientes fora de perfil: isso acontece muito, principalmente quando não existe uma orientação estratégica clara para os vendedores ou executivos de vendas; uma Transportadora ou Operador Logístico pode atuar em 5 a 10 segmentos diferentes, mas nunca em 20, 30 ou 40 segmentos como vemos ao levantar a quantidade de segmentos cadastrados. Essa falta de foco atrai Clientes pouco atrativos para a sua empresa.
- visitas a clientes atuais, sem foco algum de geração de novos negócios: essa é a tradicional política de "boa vizinhança", na qual o vendedor ou executivo de vendas visita o Cliente para um cafezinho ou almoço. Qualquer visita a um Cliente deve ser previamente preparada e deve conter objetivos claros de obtenção de receitas adicionais, seja através de novos negócios ou com a renegociação de contratos.
- comparecimento a visitas agendadas e não realizadas: isso ocorre com certa freqüência e pode consumir até 10% do tempo dos profissionais da área comercial; por isso, é importante que o vendedor ou executivo de vendas confirme a reunião e reforce a sua presença 60 a 90 minutos antes da visita.
- atendimento a Clientes "C": apenas Clientes "A" e "B", que respondem por 90% do faturamento total da empresa devem receber atenção particular dos vendedores e executivos de vendas; os demais Clientes serão atendidos se restar tempo; na prática, muitos desses profissionais da área comercial acabam investindo seu precioso tempo em Clientes de baixa representatividade e potencial e deixam de atender Clientes mais importantes.
- atividades administrativas sem valor agregado: muitas Transportadoras e Operadores Logísticos exigem de seus vendedores e executivos de vendas o preenchimento de longos relatórios ou o cumprimento de rotinas administrativas internas, muitas vezes diariamente. Não que isso seja errado, mas apenas avalie o valor agregado que isso realmente gera e o tempo despendido pela equipe comercial. Avalie se isso não pode ser simplificado ou informatizado.

Através de ferramentas de gestão da rotina da equipe comercial será possível monitorar esses "esforços inúteis" e redirecionar a atuação de seus vendedores e executivos de vendas.

Com isso você terá uma equipe menor, mais enxuta, mas muito mais produtiva.

Resumindo, você venderá mais com um menor investimento em recursos. Se você atualmente gasta R$ 2,00 a R$ 3,00 para cada R$ 100,00 faturados, poderá reduzir isso em até 20% ou 30%!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Programa da TV ABCD News

Prezados,

Segue link de entrevista com nosso diretor Marco Antonio Oliveira Neves da Tigerlog.

http://www.tvabcd.com.br/reprises/log-comex/programa-log-comex-n-44/


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Artigo: Vale a pena atuar na prestação de serviços logísticos no e-commerce?

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Muitas Transportadoras os Operadores Logísticos têm se questionado sobre a viabilidade técnica e econômico-financeira de atuar ou não no segmento e-commerce. Afinal, não faltam dados e fatos que comprovem a força desse canal de distribuição e a sua importância em uma sociedade cada vez mais voltada à informação.

Mesmo diante de tantos fatores positivos, até o momento poucas empresas efetivamente se aventuraram nessa difícil empreitada. Existem muito mais dúvidas e intenções do que realmente ações concretas no sentido de "explorar" esse filão. Em um mercado dominado pelos Correios e disputado por transportadoras de cargas expressas e couriers, a Tegma Logística, um dos mais importantes players do país no segmento de logística e transportes, recentemente realizou a aquisição de 80% da Direct Express, empresa especializada na logística no setor de comércio eletrônico. A Tegma Logística, ao invés de desenvolver suas próprias competências técnicas, optou pela aquisição de uma empresa especializada no e-commerce.

Mas por que tanto receio? Bem, pense em algo complexo em termos de atendimento das expectativas e necessidades dos Clientes. Agora eleve isso ao quadrado. Não deixe de acrescentar algumas "pitadas" da Lei de Murphy, afinal, algo sempre pode dar errado. Mexa bem e não esqueça de considerar as restrições impostas à distribuição urbana e as dificuldades oriundas dos "gargalos" existentes na infra-estrutura de transportes. Pense também na dificuldade de contratar e reter mão-de-obra qualificada. Dessa forma você terá uma boa idéia da dificuldade em atuar na prestação de serviços logísticos no comércio eletrônico. Portanto, para ganhar dinheiro no segmento e-commerce é preciso estar muito, mas muito bem preparado em diversos aspectos, estejam eles relacionados a sistemas de gestão, capital humano, tecnologia, infra-estrutura, processos e questões legais.

Quais são, então, os fatores críticos de sucesso na logística e-commerce?

Primeiro, não trate a logística e-commerce como uma mera commodity. Não incorra no erro de acreditar que o modelo de transporte convencional servirá para o e-commerce. As empresas que resolverem atuar nesse mercado deverão estar preparadas para todos os tipos de entregas, sejam elas residenciais (em casas, apartamentos, condomínios, etc.) ou comerciais (lojas de diversos tipos, conjuntos comerciais, shoppings, indústrias, etc.), e que exijam esforços particulares (montagem, configurações, içamentos, agendamento de horários, etc.).

Segundo, também deverão saber lidar com diferentes classes de materiais, em termos de tamanho, peso, valor, risco de roubo e furto, etc.

Por lidar com produtos altamente visados, em especial eletro-eletrônicos, calçados, artigos têxteis, etc., a prevenção e o controle de perdas será fundamental e uma questão de sobrevivência. É preciso investigar cada não-conformidade existente, seja um furto, avaria, devolução, etc. Caso contrário, seu lucro será consumido pelas intermináveis indenizações a Clientes. Aproveite para eliminar do seu dicionário a palavra extravio, que muitas vezes á tratada como uma simples perda, como se existisse um "buraco negro" aceitável nas empresas; extravio significa que alguém se apropriou de algo indevidamente, por má fé ou não.

Terceiro, ainda mais complexo que os anteriores, Transportadoras e Operadores Logísticos precisarão administrar expectativas e necessidades altamente distintas entre os diversos Clientes a serem atendidos. A percepção do nível de serviço poderá variar de forma considerável, mesmo considerando entregas semelhantes. Portanto, tenha uma clara compreensão e um correto entendimento do serviço a ser prestado e prepare-se para o atendimento dos requerimentos previamente negociados com seus Clientes.

Quarto, desenvolva suas competências e habilidades no custeio e na formação de preços dos serviços prestados. É preciso saber o que cobrar, como cobrar e quanto cobrar. No e-commerce não existem "cortesias", pois tudo custa caro, muito caro, portanto, deixe o "paternalismo" de lado. Caso contrário, em pouco tempo a sua operação apresentará sinais de enfraquecimento e declínio.

Quinto, invista em tecnologia e em suporte ao Cliente. Tão importante quanto a entrega, a informação em tempo real será fundamental para a qualificação do serviço prestado. Não basta entregar, será preciso informar, tanto o Embarcador, como o cliente do seu Embarcador.

Sexto, tenha muito cuidado ao dimensionar a infra-estrutura operacional, constituída da tripulação (motoristas e ajudantes), veículos de coleta e entrega, terminais e parceiros entre outros modais (aéreo por exemplo) e regiões. Acompanhe constantemente o nível de aproveitamento dos veículos e a produtividade da operação. A cada indício de problemas, aja de forma rápida e objetiva, redesenhando as rotas, redimensionando o número de veículos e reavaliando o perfil da frota utilizada. Tenha cuidado com o custo fixo, pois ele responderá por cerca de 70% do custo operacional total.

Sétimo, monitore cuidadosamente as não conformidades operacionais, como entregas não realizadas, atrasos, re-entregas, etc. Prepare-se para resolver o problema rapidamente, antes que ganhe dimensões assustadoras. Por isso, trabalhe com um foco de melhoria contínua, utilizando as ferramentas da qualidade total para a análise e solução de problemas.

Oitavo, tenha contratos. Especifique claramente o escopo do serviço prestado, os direitos e deveres de cada parte, as limitações operacionais e o nível de serviço desejado.

Atendendo a todos os requisitos anteriores, com certeza a sua empresa estará altamente capacitada para atuar no e-commerce e usufruir de todos os benefícios que esse segmento proporcionará as Transportadoras e Operadores Logísticos bem sucedidos.




Está em busca de aperfeiçoamento profissional na área de Logística e-commerce, então acesse: http://www.tigerlog.com.br/curso.asp?cur_id_curso=139&cur_mes=12-2011

Ou se preferir nos contate pelos e-mails: treinamento@tigerlog.com.br ou treinamento@guepardologistica.com.br

terça-feira, 26 de julho de 2011

Na Logística somos todos Garçons, Equilibristas e Mágicos!

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Parece estranho, mas não é. Na logística somos todos garçons! Existimos para SERVIR. Servimos aos Clientes internos e externos. Dentre os Clientes internos podemos destacar a área de Produção, Vendas e Marketing. Externamente, servimos aos canais de distribuição e aos Clientes dos nossos Clientes. E muitas vezes também dedicamos preciosas horas para servir ao Governo em suas diferentes esferas e às instituições reguladoras como a Anvisa por exemplo. Portanto, o espírito de servir deve estar no DNA de todos os profissionais de logística.

Temos um papel essencial no atendimento dos nossos Clientes, mas normalmente somos tratados como coadjuvantes em toda a história. Na maioria dos casos o mérito é atribuído às características funcionais do produto, à campanha mercadológica desenvolvida pela empresa ou às ações da equipe de vendas. Não participamos de cruzeiros pela costa brasileira, nem de workshops em belos resorts na Região Nordeste, nem de safáris pelo Pantanal ou na floresta amazônica, mas sempre somos elevados à categoria de protagonistas quando as coisas não dão certo. Aí, sempre somos os primeiros a serem lembrados.

Como você pode ver, não é fácil trabalhar na área de logística. Somos garçons e muitas vezes somos incompreendidos. Incompreendidos não apenas pelos Clientes e por companheiros de trabalho, mas muitas vezes até incompreendidos por familiares, que não entendem o porquê de tanta dedicação diante de tamanhas dificuldades. Para atuar na área de logística é preciso ser FORTE e AMAR o que fazemos. Apenas estando apaixonados pelo que fazemos é que reuniremos condições emocionais para continuar servindo (e servindo bem) apesar de todas as dificuldades inerentes à profissão.

Portanto, precisamos ser GARÇONS e exímios EQUILIBRISTAS.

Além de sermos garçons, exímios equilibristas, fortes, apaixonados pelo que fazemos e incompreendidos, precisamos dominar diferentes tipos de conhecimentos, como estatística, engenharia econômica, pesquisa operacional, softwares diversos (Microsoft Excel avançado, Microsoft Access, CAD, ferramentas de simulação, etc.), técnicas de negociação, liderança, etc.

E também precisamos ser MÁGICOS, pois sempre somos “incentivados” a identificar soluções alternativas nas mais conturbadas situações possíveis, já que não dispomos de infra-estrutura operacional adequada (espaço físico, docas, equipamentos de movimentação, etc.).

Veja só então como não é fácil ser um profissional de logística. É preciso desenvolver uma altíssima capacidade de analisar e solucionar problemas, raciocínio lógico e bom senso, empatia, bom relacionamento, trabalho em grupo, senso de urgência, etc, etc, etc. Ou seja, tudo aquilo que um “super-homem” precisa ter.

Atuar em logística é estar na vanguarda, sempre um passo à frente, atento a tudo. Trabalhar em logística é, antes de tudo, uma excepcional recompensa pelo aprendizado e amadurecimento! É uma atitude corajosa e em função dos desafios existentes, é um trabalho para poucos! Parabéns profissional de logística, esteja você onde estiver, seja em um Centro de Distribuição dentro de uma câmara de congelados, a mais de 20 graus negativos, seja em uma plataforma de carga e descarga, suportando o calor do norte ou nordeste ou o frio torturante do sul brasileiro. Esse artigo é uma pequena homenagem a esses bravos homens e mulheres, garçons, equilibristas e mágicos que possibilitam que produtos e serviços cheguem aos lares de todos os brasileiros nesta imensidão que é o nosso país!

A Tigerlog é a maior empresa de consultoria e treinamentos especializados em logística e transportes de todo Brasil. São mais de 2.500 pessoas por ano em cursos abertos e in-company em todo Brasil.

Em AGOSTO realizaremos o tradicional curso FORMAÇÃO DE ENGENHEIROS LOGÍSTICOS. Esta já é a SÉTIMA TURMA, e desde 2004, mais de 250 profissionais participaram desse curso. Veja maiores detalhes abaixo, logo após o artigo. Restam apenas 10 vagas!

E em setembro estaremos em Porto Alegre (RS) e Balneário Camboriú (SC), com os cursos relacionados abaixo. Faça a sua inscrição até 15 de julho e pague em TRÊS parcelas iguais (25/07, 25/08 e 25/09).

Maiores informações acessem www.tigerlog.com.br/curso.asp

terça-feira, 31 de maio de 2011

Os custos logísticos continuarão subindo... o que você está fazendo para minimizar o impacto desse aumento?

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Vários fatores vêm pressionando os custos logísticos e elevando-os a patamares nunca antes vistos. Esse fenômeno é mundial, e afetará todos os segmentos da indústria, atacado e varejo, influenciando em alguns casos, o nível de competitividade das empresas e a relação de poder e influência no mercado.

Abaixo relaciono os principais fatores que colaborarão para o aumento dos custos nos próximos anos, e que deverá ser alvo de profunda análise em cada empresa, para o desenvolvimento de medidas preventivas.

Mobilidade urbana e a dificuldade de entrega nas grandes cidades

O problema da difícil mobilidade nos grandes centros urbanos afeta a todos diretamente ou indiretamente. Em grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, a velocidade média no período de pico é inferior a 15 km/h; outras cidades como Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Manaus, Salvador e Recife também apresentam problemas e em breve enfrentarão as mesmas dificuldades das grandes metrópoles. As restrições impostas aos caminhões pesados e semi-pesados obrigam a utilização de veículos leves e semi-leves, de menor capacidade e de custo operacional muito mais alto. Resumindo, necessita-se de muito mais veículos para a realização da operação, onerando de forma significativa os custos das entregas.

A resposta do poder público ao problema é lenta e ineficaz, e os municípios têm adotado cada vez mais medidas restritivas na tentativa de amenizar o problema. Essas medidas são paliativas, e não resolverão o problema da dificuldade de locomoção nas grandes cidades.

Em 2.010 foram comercializados mais de 3,5 milhões de veículos 0 km, 11,9% a mais quando comparado com 2.009; isso representa mais de 9.500 novos veículos por dia circulando nas ruas brasileiras. Ainda foram vendidas mais de 1,8 milhões de motocicletas.

Enquanto isso, o PAC 2 destinará apenas R $ 18 bilhões para incrementar a infra-estrutura do transporte público coletivo nas 24 maiores cidades do País.

O que pode ser feito para reduzir as desastrosas conseqüências da baixa mobilidade urbana? Quase nada, infelizmente. É um problema extremamente complexo, que apenas será resolvido com pesados investimentos do setor público em transporte coletivo (de qualidade) e em novas obras viárias.

Gargalos na infra-estrutura de transpo rtes

Estamos à beira de um novo apagão logístico!

Os problemas relacionados à falta de investimentos em infra-estrutura de transportes são visíveis por toda parte. Mais de 60% de nossas cargas utilizam exclusivamente o modal rodoviário e o poder público tem investido 5 a 6 vezes menos do que o necessário na recuperação, manutenção e ampliação da estrutura viária. Enquanto que o PAC previu investir até R$ 33,4 bilhões, a CNT – Confederação Nacional de Transportes sinalizava a necessidade de uma verba ao redor de R$ 125 bilhões. Na prática, nem alcançamos a cifra estimada no PAC.

Na prática, também há muito pouco a ser feito. Tanto Embarcadores como Transportadoras e Operadores Logísticos, assistirão de forma passiva e resignada aos efeitos de uma má gestão dos recursos públicos.

Escassez de motoristas

Além dos problemas relacionados à mobilidade urbana e infra-estrutura de transportes, outro problema, igualmente relevante, preocupa o setor logístico: a escassez de motoristas. O déficit atual já é de mais de 130 mil motoristas e deverá aumentar ao redor de 10% ao ano nos próximos anos. Infelizmente não há uma solução simples de curto prazo. Com isso, o mercado não conseguirá atender de forma elástica à demanda do mercado, afetando diretamente os preços dos fretes.

A falta de motori stas é um problema de todas as partes envolvidas na gestão e operação da cadeia logística. A tarefa mais complexa caberá às Transportadoras, responsáveis pela captação de recursos no mercado, desenvolvimento e retenção.

Recuperação de defasagens nas tarifas de fretes

As Transportadoras acumulam grandes defasagens em suas tarifas desde 1.995. Nos últimos quinze anos, o combustível, principal custo operacional e que representa 30% a 35% do custo total, variou cerca de 500% nesse período.

Outros custos relacionados ao próprio veículo (depreciação e remuneração do capital), pneus e peças para a manutenção também pressionam a rentabilidade do setor, afetando a saúde financeira das empresas e a sua capacidade de investimento, que é contínua, em função da renovação da frota, ampliação de terminais de carga e formação e retenção de mão-de-obra qualificada.

Transporta doras e Embarcadores precisarão atuar de forma colaborativa e identificar ações de rápida implantação quer permitam reduzir os impactos da defasagem de custos existentes.

Aumento da logística reversa

De coadjuvante a protagonista, a logística reversa está se tornando um dos principais motivos para as “dores de cabeça” dos profissionais da área de logística.

Extremamente custosa, o volume movimentado na logística reversa aumenta ano após ano, impactando diretamente na produtividade e nos custos dos Centros de Distribuição, além de gerar despesas administrativas em função dos controles necessários.

O fluxo reverso parte da coleta do material, envolve o recebimento, inspeção, triagem e classificação. Dependendo do estado do material, ele poderá ser descartado ou reaproveitado, podendo existir a necessidade de reparo. Em paralelo, existe um comp lexo controle documental, que envolvem questões fiscais, lançamentos contábeis, laudos técnicos e atualizações nos sistemas operacionais (em particular o WMS – Warehouse Management System).

De imediato, é preciso criar indicadores específicos para o monitoramento do fluxo reverso e examinar detalhadamente cada ocorrência, para identificarmos possíveis oportunidades de melhorias.

No médio prazo será preciso rever a infra-es trutura existente e o modelo operacional, além de definir políticas claras para a gestão do fluxo reverso.

Encarecimento da mão-de-obra

Faltam recursos qualificados, e em todos os níveis. Faltam auxiliares operacionais, conferentes, operadores de empilhadeira, líderes operacionais, supervisores, analistas, especialistas e até gerentes!

Devido à intensificação da competição pelos melhores talentos no mercado e à lenta reposição devido às escassas fontes de suprimento, os salários dos profissionais da área de logística deverão subir bem acima da inflação, e como um dos principais componentes do custo logístico, tanto em transportes como nas operações de movimentação e armazenagem, colaborarão diretamente para o aumento dos custos.

O que fazer? Você até poderá desenvolver sofisticados mecanismos de retenção de talentos, mas não estará livre do assédio e promessa s de outras empresas.

No fundo, todos nos transformaremos em concorrentes, não na disputa dos mesmos mercados, mas na luta pelos melhores recursos humanos.

Artigo: Coisas que você pode fazer Agora para Otimização de seu Centro de Distribuição

Coisas que você pode fazer AGORA para a OTIMIZAÇÃO de seu Centro de Distribuição

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Tolerância e paciência são duas palavras que parecem não fazer parte do meio logístico. Normalmente somos cobrados por resultados no curto prazo; muitas vezes temos que tomar importantes atitudes gerenciais, sem qualquer respaldo técnico e financeiro, para alcançar resultados em alguns poucos meses.

Diante dessa pressão insaciável por resultados, a principal dúvida dos profissionais de logística consiste em o que fazer e por onde começar?

Do custo total de movimentação e armazenagem, 40% a 60% correspondem aos gastos com mão-de-obra. Portanto, se queremos obter ganhos significativos, precisaremos lidar com a questão do pessoal operacional e administrativo.

Para alcançarmos resultados realmente representativos junto à equipe é preciso implantar a cultura de melhoria contínua BOTTOM-UP, ou em outras palavras, implantar mudanças de baixo para cima, a partir de iniciativas dos próprios funcionários.

Encoraje a sua equipe a promover as melhorias necessárias.

Decretos-leis raramente têm um efeito positivo em Centros de Distribuição, e não contam com a adesão do pessoal, por isso, é de extrema importância o envolvimento da equipe na identificação das oportunidades de melhorias, no desenvolvimento das soluções, na implantação e no monitoramento dos resultados.

Tenha indicadores no nível operacional e gerencial e meça os resultados alcançados. A princípio foque na produtividade operacional, acompanhando o desempenho na carga e descarga de veículos, na separação de caixas e páletes completos, na montagem de kits, etc. Depois avance em outras dimensões como custos e qualidade do serviço prestado.

A partir de um histórico confiável, defina metas realmente desafiadoras. Tendo claro quais são os resultados pretendidos, reúna-se com a sua equipe e discuta as ações chaves, os responsáveis e os prazos.

Nesse sentido, procure capacitar sua equipe na aplicação das ferramentas da qualidade total como o PDCA, 5W2H, DMAIC, Brainstorming, Diagrama de Ishikawa, Relatórios de Três Gerações, etc. Dispor de uma metodologia ajudar á muito e encurtará os caminhos para a melhoria contínua. Os primeiros trabalhos serão dolorosos e difíceis, porém, com o tempo a sua equipe desenvolverá uma forma rápida, simples e eficaz para a abordagem e resolução de problemas.

Invista no treinamento técnico da sua equipe. Quantas horas por ano você investe na formação e reciclagem do seu pessoal? As melhores práticas mundiais em treinamento em armazéns giram ao redor de 50 a 60 horas por homem por ano.

Desenvolva uma sistemática para a premiação da equipe. Sim, estamos falando de uma bonificação financeira em função dos resultados alcançados. Procure também envolver os familiares de seus funcionários, premiando, por exemplo, a esposa do melhor funcionário com um eletro-eletrônico ou eletrodoméstico, como microondas, TV, netbook, computadores portáteis, etc.

Para que tudo isso ocorra é indispensável o papel da liderança no chão do armazém. Você está seguro do papel desempenhado pelos encarregados ou supervisores de seu Centro de Distribuição, em todos os turnos operados? Qual foi a última vez que você realizou uma pesquisa de clima organizacional em sua operação?

Por fim, tenha um diálogo constante com a sua equipe. Pelo menos duas vezes ao dia dê um rápido giro pelo Centro de Distribuição. Invista alguns importantes minutos em um produtivo bate-papo com sua equipe. Nada de chamar “A” ou “B” em sua sala para uma conversa particular; vá para o front, vivencie a realidade deles e procure compreender as dificuldades existentes.

Resumindo, para obter resultados realmente consistentes e de uma fo rma relativamente rápida, trabalhe insistentemente na capacitação da sua equipe, no desenvolvimento de lideranças positivas, na mensuração dos resultados, na implantação de ações corretivas e preventivas e na premiação em função das metas superadas!

Marco Antonio Oliveira Neves, graduado em Administração de Empresas pela FGV-SP e pós-graduado em Administração da Produção e Finanças no CEAG da FGV-SP. Diversos cursos de extensão em Logística no Brasil e no Exterior. Atuação em empresas como Goodyear, Cia Cervejaria Brahma (atual Ambev), Cervecera Nacional, Ryder Logística e Deloitte Consulting. Atualmente é Diretor Presidente da Tigerl og Consultoria e Treinamento em Logística Ltda, da NETLOG (voltada ao hunting e outplacement), da Resolve! e da Guepardo Serviços Técnicos. Palestrante em diversos eventos no Brasil e no Exterior (em mais de 10 países). Atua como consultor em logística (mais de 150 projetos realizados) e como palestrante. Nos últimos seis anos treinou mais de 10.500 profissionais de 3.500 diferentes empresas em diversos cursos abertos e in-company. É colunista da Revista Mundo Logística e da Revista Quatro Rodas, além de autor de mais de 350 artigos na área divulgados em websites, revistas e jornais.

Notícias Tigerlog:

- Caramuru Alimentos seleciona Tigerlog para treinamento em movimentação e armazenagem de materiais em sua Unidade em GO

- Tigerlog realiza palestra sobre Custos e Gestão Comercial para cerca de 100 executivos de Transportadoras e Operadores Logísticos em Porto Alegre (RS)

- Proativa Logística e Transportes contrata Tigerlog para consultoria

- Autonomy Investimentos contrata Tigerlog para realização de estudo de viabilidade técnico-financeira

- MTR Transportes, sediada em Blumenau (SC) fecha contrato com a Tigerlog para a realização de projeto de melhoria contínua na empresa entre 2011 e 2012

- Modular Cargas de Canoas (RS) seleciona a Tigerlog para a realização de diagnóstico geral na empresa

- Três Corações contrata Tigerlog para projeto de otimização da operação de armazéns

- Grupo Simões (Coca-Cola na Região Norte) seleciona a Tigerlog para projeto em armazéns

- Cosan seleciona Tigerlog para estudo de malha logística

Consulte outros projetos em a ndamento.

Que tal adicionar um “P” ao Transporte?

Que tal adicionar um “P” ao Transporte?

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Que tal adicionar um “P” à atividade de transporte? “P” de PLANEJAMENTO! Afinal, quanto tempo você e a sua equipe dedicam ao planejamento das atividades de transportes?

Ao contrário do que muitos profissionais pensam, a atividade de transportes deve considerar as três esferas de decisão: estratégica, tática e operacional. Em nosso dia-a-dia investimos quase 100% do nosso tempo em atividades operacionais, reservando pouquíssimo tempo para atividades táticas, com raras atuações no nível estratégico.

O nível estratégico, por exemplo, compreende a análise e tomada de decisão envolvendo malha logística, perfil dos parceiros logísticos, escopo da terceirização logística, área de abrangência do serviço, política tarifária, nível de serviço por canal de distribuição, atuação com frota própria ou terceirizada, utilização de ferramentas tecnológicas para maior visibilidade e controle, etc. No nível estratégico identificamos, portanto, diversas atividades que demandariam pelo menos 10% a 20% do tempo diário do Gerente de Logística, e algo ao redor de 5% a 10% do tempo dos Coordenadores diretamente envolvidos com a área de transportes.

Se existe muito a fazer, porque então, tanta dificuldade em pensar e agir estrategicamente em transportes? A razão é simples: vivemos dentro de um ciclo “vicioso”, pois como não existe planejamento algum, convivemos permanentemente com problemas, “apagando” repetidos incêndios diários, estando contaminados pela desgastante rotina que desempenhamos como bombeiros!

Na esfera tática, deveríamos estar atuando na melhoria contínua, a partir de indicadores apontando a produtividade, custos e nível de serviço. Muitas empresas gastam até 15% a mais de frete do que deveriam gastar devid o às não-conformidades como avarias, re-entregas, devoluções, estadias, penalidades financeiras impostas por clientes, etc.

Ao invés de desenvolvermos projetos que envolvam clientes internos e externos, perdemos importantes horas de nosso dia-a-dia “resolvendo” problemas, procurando culpados entre funcionários, Clientes e parceiros, buscando desculpas para nossas falhas, etc.

Somos estimulados a não pensar e aos poucos perd emos nosso senso crítico. Desenvolvemos uma postura reativa, e nos transformamos em agentes passivos. Deixamos de participar ativamente da mudança e nos tornamos meros espectadores de um trágico filme. Ao invés de olharmos para fora, nos voltamos para dentro da empresa, como verdadeiros “ermitões”.

É preciso romper esse ciclo vicioso e remover as amarras que nos prendem exclusivamente à operação. Podemos tratar isso como paradigma, acomodação ou pura teimosia?

Não importa. Precisamos mudar! Devemos começar pelos PROCESSOS. A revisão e redesenho dos processos nos forçarão a pensar e agir estrategicamente. Desse debate serão traçados novos desafios e novos papéis serão definidos. Novas competências e habilidades serão requeridas, e aí será necessário capacitar as PESSOAS para a mudança. Por fim serão identificadas as FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS mais aderentes aos processos, com as funcionalidades básicas requeridas.

Assim como existe um PPCP no apoio ao processo de planejamento de vendas e operações, por que não criarmos um PCOT – Planejamento e Controle das Operações de Transportes?

Sem o “P”, limitaremos os ganhos possíveis com a gestão de transportes. Perderemos competitividade e colocaremos em risco a nossa empresa. Que tal então adicionar um “P” ao transporte?

Artigo: A “Revolução” Silenciosa nos Armazéns
Autor: Marco Antonio Oliveira Neves - Diretor Presidente da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística LTDA

Uma reportagem publicada no caderno Negócios no Jornal o Estado de São Paulo no dia 16/05/2011 desperta a atenção pelos números citados: em 2010 foram lançados 15.800 novos itens nos supermercados, segundo pesquisa realizada pela Nielsen junto a 2.800 supermercados e lojas de conveniência, um aumento de mais de 50% em relação a 2006, quando cerca de 10.000 novos produtos chegaram às gôndolas das redes varejistas.

O número deve ser ainda superior a esse citado, pois muitas empresas de menor porte não foram consideradas nessa análise, por não atuarem nesses canais de distribuição.

A reportagem cita as dificuldades de gestão desse gigantesco portfólio e os problemas para disponibilizar espaço para tantos produtos nas prateleiras dos supermercados. Reforça também a “escolha” necessária em função de tantas opções existentes.

O que isso, na prática, impacta na logística dos Centros de Distribuição, de onde teoricamente, partem todas essas mercadorias?

O impacto é geral e avassalador. Mexe diretamente com a produtividade da mão-de-obra e dos equipamentos de movimentação, afeta processos-chave, dificulta a realização de importantes indicadores de desempenho e colabora para um menor aproveitamento cúbico do espaço disponível, fenômeno conhecido como honeycombing ou efeito colméia. Ou seja, ao final contribui para o aumento de custos e compromete o nível de serviço.

Quanto mais itens, maiores as dificuldades na conferência de entrada e saída das mercadorias. Maiores os tempos, menor a produtividade das docas e das áreas de stage (espera), vitais para o funcionamento do armazém. Maior também será o tempo de doca até o estoque, reduzindo a visibilidade para a área de Vendas.

Uma maior quantidade de itens também implicará em maior probabilidade de erros na conferência e em lançamentos em sistemas, quando não automatizados os registros dos dados. Portanto, menor será a acuracidade dos estoques e maiores serão os esforços nos inventários cíclicos ou rotativos e maiores os tempos despendidos nas contagens gerais.

Mais itens dificultarão a unitização das cargas e o aproveitamento dos veículos, crucial para os veículos utilizados na distribuição urbana, que são cada vez menores e que tem um custo por tonelada cada vez maior. Além, de aumentar o risco de avarias nas mercadorias e os erros na expedição dos produtos.

Muitos itens em estoques agravarão a questão do aproveitamento cúbico dos armazéns. Em função do baixo giro da maioria desses itens, muitas posições serão subutilizadas exigindo a revisão do layout operacional. Se você já transformou parte de seus porta-páletes em prateleiras ou se está utilizando posições-páletes para o acondicionamento de vários itens, isso significa que você está “experimentando” os primeiros sintomas dessa revolução.

Em breve você precisará rever seu processo e infra-estrutura relacionada à separação de pedidos e reabastecimento dos pick faces e talvez tenha que partir para a automação parcial da operação, com o uso de flow racks.

E se você ainda não tem um software WMS (Warehouse Management System) implantado, os efeitos dessa “revolução” serão ainda mais devastadores.

O que fazer? Na prática não há como evitarmos esse fenômeno. Algumas (poucas) empresas adotaram uma postura rígida, do tipo toma-lá-dá-cá, ou seja, se querem introduzir 10 novos itens então escolha outros 10 para sem descontinuados. A grande maioria das empresas se comporta de forma totalmente flexível, acatando os devaneios da área de marketing, ávida pela inovação e pela exploração de nichos específicos.

O ideal seria realizarmos uma análise econômico-financeira para avaliar a real contribuição desse novo item para a empresa. Mas na vida real isso raramente ocorre. O lançamento de um novo produto é cercado de otimismo e comemorações. Se você questionar, será taxado de pessimista! Fique quietinho, é melhor.

Quando alguém da área de marketing, numa sala confortável, utilizando-se das convincentes técnicas de apresentação e do power point, convencer vários diretores a lançar um produto voltado ao “homem com mais de 35 anos, bem sucedido financeiramente e preocupado com a saúde” e disser que esse novo produto venderá mais de 300.000 caixas (ou unidades) por ano, desconfie... mas, prepare-se, pois em breve, mais um novo produto desembarcará em seu Centro de Distribuição, ajudando a tornar a sua vida cada vez mais difícil, ou desafiadora, como preferem dizer o executivos!