Artigo escrito por Marco
Antonio Oliveira Neves, diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em
Logística Ltda
Vivemos
um momento difícil no que se refere à gestão de pessoal em armazéns. Está
difícil atrair e reter os melhores talentos. Muito disso, devido ao crescimento
econômico, mas parte também pela falta de bons profissionais no mercado. O
desequilíbrio entre a oferta e a demanda tem encarecido essa mão-de-obra. Isso,
somado à maior qualificação dos profissionais, em função do acesso às
universidades, colabora ainda mais para o aumento dos custos com funcionários.
Já não é novidade encontrarmos líderes operacionais, conferentes, operadores de
empilhadeira e até auxiliares de operação com o terceiro grau concluído ou em
fase de conclusão; em alguns casos mais raros encontramos até profissionais com
pós-graduação.
Diante
da escassez de profissionais, as empresas, em um primeiro momento, reduzem as
exigências mínimas para o cargo e flexibilizam seus critérios de recrutamento e
seleção; em um segundo momento são obrigadas a rever salários e o plano de
benefícios. Por fim, em um terceiro momento precisam desenvolver um plano de
cargos e salários e sistemas de remuneração variável.
Encarregados,
líderes operacionais, conferentes, pickers,
operadores de empilhadeiras, auxiliares operacionais... afinal em qual função
devemos direcionar nossos esforços?
Não
existe cargo ou função mais ou menos importante em uma operação de movimentação
e armazenagem de materiais; podemos considerar todas igualmente importantes,
mas sem dúvida alguma, os conferentes desempenham um papel primordial no
tocante à acuracidade das informações, produtividade nas docas e nível de
serviço aos Clientes.
Pelas
mãos e sob os olhos atentos dos conferentes passa tudo aquilo que entra e sai
de um armazém. Trata-se de uma difícil profissão, que não permite falhas ou
descuidos, pois qualquer erro poderá se traduzir em enormes prejuízos para
Fornecedores, Clientes internos e externos.
Conferentes
precisam reunir qualidades imprescindíveis até para os mais altos escalões em
qualquer área. Devem, acima de tudo, ser extremamente honestos. A essa
importante virtude, complementamos com disciplina, rigor, capacidade analítica,
flexibilidade, etc.
Tamanha
importância raramente é reconhecida pelas empresas. Embora exerçam atividades
que exigem altíssima responsabilidade e confiança, não recebem formação adequada
e acabam aprendendo no dia-a-dia, em meio a erros e acertos. É um aprendizado
difícil e doloroso, e que muitas vezes implacável, que resulta na demissão
desses profissionais!
Faltam
bons conferentes no mercado. Se você conta com um ou mais bons profissionais na
sua empresa, faça o possível e o impossível para retê-los. Custará muito caro a
reposição de um profissional de boa qualidade.
E
o que pode ser feito nesse sentido?
Invista
em treinamento, seja para a capacitação ou reciclagem desses profissionais.
Afinal, qual foi a última vez em que seus conferentes participaram de um
treinamento?
Ofereça
a esses profissionais todas as ferramentas necessárias para o bom desempenho de
suas atividades, seja em infra-estrutura física, pessoas ou tecnologia da informação.
Estabeleça
um canal de comunicação com toda equipe operacional. Ouça os seus
colaboradores, reflita em conjunto com eles e identifique oportunidades de
melhorias. Incentive-os a buscar soluções criativas e de fácil implantação.
Certifique-se
que a liderança formal desempenha um papel adequado junto à equipe. Caso
contrário, isso poderá gerar um gigantesco problema e produzir resultados
altamente indesejáveis.
Defina
indicadores de desempenho e metas. Capacite a sua equipe a buscar a melhoria
contínua através das tradicionais ferramentas da Qualidade Total, como o PDCA,
5W2H, Diagrama de Ishikawa, Brainstorming,
Cinco Porquês, etc. Comemore os resultados alcançados e premie a sua equipe.
Agindo
dessa forma, você poderá reter seus melhores profissionais e desenvolver
sucessores capazes de manter ou até melhorar o nível de serviço atual. Boa
sorte!
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