segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Artigo É hora de negociar e estabelecer parcerias com seus Transportadores


Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Não faltam motivos para o Transportador reclamar da baixa rentabilidade de seu negócio. Pedágios em excesso, restrições à circulação de veículos, penalidades financeiras impostas pelos Clientes em função do não cumprimento do nível de serviço acordado, resistência dos Embarcadores em estabelecer contratos formais e a aceitar repasses de custos, descaso das autoridades com a infraestrutura de transportes, falta de regulamentação do setor, concorrência predatória, aumento do diesel e de outros insumos produtivos, nova legislação (lei 12.619), etc.

Além desses problemas, os executivos do setor ainda precisam lidar com as dificuldades em recrutar e reter bons motoristas, agravada com a publicação da Lei 12.619, com a contínua necessidade de manterem-se atualizados tecnologicamente, com a constante pressão para a renovação da frota, com a obrigação de adequar-se às inúmeras leis e normas de trabalho, etc.

Apesar dos esforços para diferenciar-se, tudo parece caminhar para um inevitável processo de “comoditização”.

Mesmo as mais precavidas e bem gerenciadas Transportadoras e Operadores Logísticos estão sofrendo com a baixa rentabilidade do seu negócio. Como pode um setor tão estratégico para qualquer nação ser assim tão mal tratado?

A necessidade de reverter esse quadro de penúria e de dificuldades é urgente. O ano de 2012 está sendo marcado pelo ano em que as Transportadoras e os Operadores Logísticos começaram a dizer NÃO a determinados Clientes ou segmentos!

Não se trata de uma rebelião organizada e premeditada, nem da formação de cartéis, mas de uma simples questão de sobrevivência. É uma reação natural a muitos anos de descaso e de defasagem e dificuldades em repassar os aumentos de custos. A Lei 12.619 que regulamenta e disciplina a profissão de motorista está trazendo custos adicionais, que poderão impactar em acréscimos de custos significativos, de 10% a 40%, variando muito em função do histórico anterior de correção dos preços.

Estamos chegando a um perigoso “fundo do poço”, e antes que muitas empresas sejam literalmente “engolidas” pelo buraco negro, está na hora de dizer NÃO às antigas práticas de gestão e de relacionamento entre Embarcadores e Transportadoras! É hora de desenvolver parcerias de longo prazo, na modalidade ganha-ganha.

Muitas Transportadoras e Operadores Logísticos estão tentando renegociar seus atuais contratos. Se não conseguirem reajustar os preços a patamares mínimos aceitáveis, dirão NÃO aos seus Clientes. E não importará se o Cliente é fulano, sicrano ou beltrano. Dirão NÃO, OBRIGADO e ATÉ BREVE!

Muitas empresas terão que curvar-se às justas solicitações de seus parceiros logísticos ou buscarão opções mais econômicas no mercado. Será que conseguirão? Aonde buscarão essas empresas, no “fundo do poço”?

A questão não é quem vai ganhar ou perder essa “queda de braço”. A verdade é que todos perderão! Se nada for feito, assistiremos ao surgimento de um gigantesco “cemitério” formado de carcaças de caminhões que pertenceram a empresas que outrora foram consideradas modelos de gestão e de atendimento no Brasil!

Portanto, é importante que cada uma faça a sua parte. De um lado os Transportadores, identificando seus custos e as possibilidades para a sua redução; do outro os Embarcadores, com uma criteriosa análise do nível de serviço desejado e do impacto decorrente sobre os custos.  Somente a atuação conjunta e o trabalho em equipe poderá produzir resultados realmente competitivos. Mãos à obra!

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