segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Treinamento - Uma situação INSUSTENTÁVEL se aproxima o que fazer

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

 Devido à escalada do dólar, um novo aumento da gasolina e do óleo diesel é tido como certo, ainda para este ano. Não se sabe quando e nem quanto. Tudo vai depender da evolução de alguns indicadores macroeconômicos nível de desemprego, inflação e câmbio principalmente e políticos ao longo das próximas semanas. Não podemos esquecer que 2014 é ano de eleição, e aumentar os combustíveis em ano de sucessão presidencial não costuma ser um bom negócio.
 A Petrobrás adquire combustível em dólar e vende em reais no Brasil. A situação de caixa, que já não era confortável, agravou-se com a desvalorização cambial verificada neste ano, de aproximadamente 20 por cento. Nos cálculos internos da estatal, a defasagem entre os preços internacionais e nacionais chegou a 30 por cento na semana passada, após o dólar superar a marca de 2,40 reais.
 A defasagem é muito grande, e seguramente o Governo Federal não autorizará que a diferença seja zerada de uma única vez, em função da repercussão junto à opinião pública. O mais provável é que os aumentos ocorram de forma escalonada, em parcelas ao redor de 5 por cento, uma ainda este ano, e outra no início de 2014, próximo ao Carnaval.
 Esse novo aumento dos combustíveis tornará ainda mais difícil a relação entre Transportadoras e Embarcadores. Não importa o lado em que você estiver, pois as dificuldades serão gigantescas para todos.
 As Transportadoras vem, ao longo dos últimos anos, absorvendo grande parte dos custos adicionais gerados. A absorção, infelizmente, não vem ocorrendo por um ganho de produtividade, mas é decorrente da perda de margem de lucratividade, que por sua vez limita a capacidade de investimento das empresas, crucial no setor de transportes.
 Diversos fatores têm pressionado os custos operacionais como a lei 12.619 que disciplina e limita a jornada dos motoristas, restrições à operação nas grandes e médias cidades, problemas na infraestrutura, baixa mobilidade urbana, falta de motoristas, entre outros.
 Por parte dos acionistas e executivos dessas empresas existe um desgosto muito grande, e até entre os empresários mais entusiastas e verdadeiramente apaixonados pelo negócio, existe um consenso de que do jeito que está, não dá mais. Muitos, se pudessem, já teriam vendido as suas empresas.
 Do outro lado estão os Embarcadores, pressionados por resultados, numa equação cada vez mais difícil de resolver que envolvem os custos e o nível de serviço. Os gerentes de logística e os diretores de supply chain nunca estiveram tão inseguros como estão agora. Lutam para atingir os níveis mais altos e quando chegam lá, são vítimas da impaciência e da intolerância de seus pares e superiores. Tudo disso, de uma certa forma é repassado, direta ou indiretamente, para os parceiros logísticos.
 2012 foi complicado. 2013 está sendo difícil. 2014 será ainda mais complexo.  Interesses e expectativas de caráter antagônico se chocarão, cada vez com mais intensidade. Um lado deseja e precisa ampliar a rentabilidade, e para isso reajustará os fretes e procurará tornar o seu negócio lucrativo, custe o que custar. O outro, brigará para resolver o binômio custos versus nível de serviço e utilizará todas as suas artimanhas e ferramentas para impedir ou minimizar o aumento dos custos logísticos.

 Nesse cenário, extremamente preocupante, não existirão ganhadores. Infelizmente, todos perderão. Como se livrar disso tudo.
Primeiro, vamos deixar de lado o blá blá blá. Aprofunde-se nos seus números e identifique os problemas existentes e as oportunidades de melhorias possíveis. Torne-se um especialista em custos, esteja do lado que você estiver.
 Aprofunde-se também na questão da produtividade. Precisamos fazer mais com menos. Não é fácil, mas também não é difícil.
 Tome decisões com base em informações. Desenvolva a interface entre os sistemas de cada lado e estimule a troca eletrônica de dados.
 Adote uma postura colaborativa e desenvolva ações de melhoria que envolvam as Transportadoras e os Embarcadores. Desenvolva relações de longo prazo. Tenha planos para hoje, para amanhã e para depois de amanhã.
 Apure os resultados obtidos, portanto, é fundamental utilizar indicadores de desempenho. Meça e monitore a performance de cada parte. Trabalhe de forma positiva, não mensure para punir, mas para aprender, corrigir, melhorar e evoluir.
 E procure dialogar. Reúnam-se sistematicamente. Trabalhar de forma positiva é a solução.
Boa sorte a todos.

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