segunda-feira, 10 de março de 2014

E agora, vai fazer o que?

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Mal começou o ano, e a pesquisa Focus do Banco Central anuncia que a projeção de crescimento do PIB para 2014 caiu para 1,67%; no final do ano passado falava-se em 2,5%. Para complementar a má notícia, os economistas consultados ainda aumentaram a estimativa de inflação de 5,93% para 6%.

Não faltam notícias ruins, pipocando aqui ou ali. Também não faltam previsões pessimistas para 2014, considerando ainda a Copa do Mundo e as eleições presidenciais.

A verdade é que o cenário é realmente preocupante. Mas, diante dessa situação, você vai fazer o que? Vai se comportar com mero espectador, passivo diante dos desafios, ou vai desenvolver soluções alternativas para driblar a crise?

A maioria, infelizmente, vai se conformar com a situação, alegando que não é o momento adequado para mudanças, inovações, etc. Vai colocar a culpa em tudo e em todos pelo seu infortúnio. Mas, se você quiser, você pode pelo menos tentar mudar essa história. Se não der totalmente certo, pelo menos você sabe que tentou.

Primeiro, verifique se você tem uma estratégica clara para este e para os próximos anos. Avalie se a empresa tem um rumo certo e se essa escolha está sendo positiva para os seus negócios. Você está ganhando dinheiro? Se você respondeu "não sei" é sinal de que a situação é muito pior do que imaginamos. Se você não conta com informações adequadas para a tomada de decisão, quer dizer que administra a sua empresa na "tentativa e erro"? Isso custa caro, muito caro!

Avalie os mercados no qual a sua empresa atua. Diante do cenário econômico atual e futuro, esses mercados são realmente atraentes? Atuo em segmentos com excelentes perspectivas no curto, médio e longo prazo? Devo partir para a inovação ou insistir nos segmentos atuais?

Olhe para seus Clientes. A relação vem evoluindo ao longo dos últimos meses ou anos, ou caminha para uma deterioração quase que inevitável em função dos valores praticados (e desejados) e da percepção em relação ao nível de serviço prestado? Devo acelerar o processo de "oxigenação" da carteira ou devo ampliar os esforços na fidelização dos atuais clientes? Ou preciso fazer as duas coisas simultaneamente?

Avalie o portfólio de serviços e verifique se não existe a possibilidade de ampliação dos vínculos comerciais existentes. Não há nada de novo que a sua empresa possa fazer?

Nessa reavaliação tática e estratégica, defina metas e o horizonte de tempo em que isso deverá ser atingido.

Ratificada ou retificada a estratégia da empresa, devemos avaliar se as pessoas, processos, infraestrutura, tecnologia e sistemas de gestão estão totalmente alinhados com as metas propostas. Provavelmente não estarão. E é aí que devemos começar a olhar para dentro da empresa.

Avalie o pessoal chave da sua empresa. Você está realmente contente com eles? Eles estão desempenhando seus papéis de forma diferenciada? Tem metas claramente definidas? Foram treinados para as funções exercidas? São constantemente avaliados? Recebem feedback? Contam com as ferramentas necessária para o bom desempenho das funções a eles atribuídas?

E os processos? Estão formalizados em fluxogramas ou modelos descritivos? São constantemente revisados? São totalmente aderentes às tecnologias empregadas na empresa? Os novos funcionários, ao iniciar na empresa, têm conhecimento dos processos existentes? Existe uma auditoria interna para comprovar o respeito aos processos e a sua eficácia na realização das metas propostas?

Falamos agora de tecnologia. Sua empresa gasta, por ano, o equivalente a 0,5% a 2,0% da receita operacional líquida (ROL) com tecnologia da informação. Esse investimento é bem aproveitado? Na sua empresa, a tecnologia ajuda ou atrapalha? Os processos estão automatizados? Controles em papel são realmente escassos? As pessoas conseguiram se livrar de grande parte das atividades manuais realizadas por conta da natureza da atividade de logística e transporte? O processo de tomada de decisão na sua empresa está amparado em dados e fatos, disponibilizados pelas soluções tecnológicas utilizadas?

Por fim, tratamos dos sistemas de gestão. As "regras do jogo" estão claras para todos os funcionários?  As pessoas têm conhecimento de como se comportar e do que fazer para serem promovidas, por exemplo? Existe meritocracia na empresa? Indicadores de desempenho são medidos? Planos de ação são implementados? As lideranças estão devidamente preparadas para conduzir suas equipes a patamares elevados de desempenho?


Como pudemos ver nesse breve artigo, há muito o que fazer. Portanto, não se comporte de forma passiva diante de um cenário econômico desfavorável. Ao contrário, trabalhe mais, muito mais. Busque alternativas, inove. Faça um pente fino na empresa. Prepare-a para um novo salto, que se Deus permitir, ocorrerá nos próximos anos. Bom trabalho!

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