Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira
Neves, diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda
Mal
começou o ano, e a pesquisa Focus do Banco Central anuncia que a projeção de
crescimento do PIB para 2014 caiu para 1,67%; no final do ano passado falava-se
em 2,5%. Para complementar a má notícia, os economistas consultados ainda
aumentaram a estimativa de inflação de 5,93% para 6%.
Não
faltam notícias ruins, pipocando aqui ou ali. Também não faltam previsões
pessimistas para 2014, considerando ainda a Copa do Mundo e as eleições
presidenciais.
A
verdade é que o cenário é realmente preocupante. Mas, diante dessa situação,
você vai fazer o que? Vai se comportar com mero espectador, passivo diante dos
desafios, ou vai desenvolver soluções alternativas para driblar a crise?
A
maioria, infelizmente, vai se conformar com a situação, alegando que não é o
momento adequado para mudanças, inovações, etc. Vai colocar a culpa em tudo e
em todos pelo seu infortúnio. Mas, se você quiser, você pode pelo menos tentar
mudar essa história. Se não der totalmente certo, pelo menos você sabe que
tentou.
Primeiro,
verifique se você tem uma estratégica clara para este e para os próximos anos.
Avalie se a empresa tem um rumo certo e se essa escolha está sendo positiva
para os seus negócios. Você está ganhando dinheiro? Se você respondeu "não
sei" é sinal de que a situação é muito pior do que imaginamos. Se você não
conta com informações adequadas para a tomada de decisão, quer dizer que
administra a sua empresa na "tentativa e erro"? Isso custa caro,
muito caro!
Avalie
os mercados no qual a sua empresa atua. Diante do cenário econômico atual e
futuro, esses mercados são realmente atraentes? Atuo em segmentos com
excelentes perspectivas no curto, médio e longo prazo? Devo partir para a
inovação ou insistir nos segmentos atuais?
Olhe
para seus Clientes. A relação vem evoluindo ao longo dos últimos meses ou anos,
ou caminha para uma deterioração quase que inevitável em função dos valores
praticados (e desejados) e da percepção em relação ao nível de serviço
prestado? Devo acelerar o processo de "oxigenação" da carteira ou
devo ampliar os esforços na fidelização dos atuais clientes? Ou preciso fazer
as duas coisas simultaneamente?
Avalie
o portfólio de serviços e verifique se não existe a possibilidade de ampliação
dos vínculos comerciais existentes. Não há nada de novo que a sua empresa possa
fazer?
Nessa
reavaliação tática e estratégica, defina metas e o horizonte de tempo em que
isso deverá ser atingido.
Ratificada
ou retificada a estratégia da empresa, devemos avaliar se as pessoas,
processos, infraestrutura, tecnologia e sistemas de gestão estão totalmente
alinhados com as metas propostas. Provavelmente não estarão. E é aí que devemos
começar a olhar para dentro da empresa.
Avalie
o pessoal chave da sua empresa. Você está realmente contente com eles? Eles
estão desempenhando seus papéis de forma diferenciada? Tem metas claramente
definidas? Foram treinados para as funções exercidas? São constantemente
avaliados? Recebem feedback? Contam com as ferramentas necessária para o
bom desempenho das funções a eles atribuídas?
E
os processos? Estão formalizados em fluxogramas ou modelos descritivos? São
constantemente revisados? São totalmente aderentes às tecnologias empregadas na
empresa? Os novos funcionários, ao iniciar na empresa, têm conhecimento dos
processos existentes? Existe uma auditoria interna para comprovar o respeito
aos processos e a sua eficácia na realização das metas propostas?
Falamos
agora de tecnologia. Sua empresa gasta, por ano, o equivalente a 0,5% a 2,0% da
receita operacional líquida (ROL) com tecnologia da informação. Esse
investimento é bem aproveitado? Na sua empresa, a tecnologia ajuda ou
atrapalha? Os processos estão automatizados? Controles em papel são realmente
escassos? As pessoas conseguiram se livrar de grande parte das atividades
manuais realizadas por conta da natureza da atividade de logística e
transporte? O processo de tomada de decisão na sua empresa está amparado em
dados e fatos, disponibilizados pelas soluções tecnológicas utilizadas?
Por
fim, tratamos dos sistemas de gestão. As "regras do jogo" estão
claras para todos os funcionários? As pessoas têm conhecimento de como se
comportar e do que fazer para serem promovidas, por exemplo? Existe
meritocracia na empresa? Indicadores de desempenho são medidos? Planos de ação
são implementados? As lideranças estão devidamente preparadas para conduzir
suas equipes a patamares elevados de desempenho?
Como
pudemos ver nesse breve artigo, há muito o que fazer. Portanto, não se comporte
de forma passiva diante de um cenário econômico desfavorável. Ao contrário,
trabalhe mais, muito mais. Busque alternativas, inove. Faça um pente fino na
empresa. Prepare-a para um novo salto, que se Deus permitir, ocorrerá nos
próximos anos. Bom trabalho!
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