Artigo escrito por
Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em
Logística Ltda
Já nos aproximamos do segundo semestre, e parece que assistiremos ao mesmo
filme passado em 2012. Guido Mantega, o mais incompentente e atrapalhado
Ministro da Fazenda dos últimos 20 anos, volta a revisar para baixo a previsão
do PIB para 2013.
No início do ano, Mantega bradou aos quatro cantos que teríamos um PIB de
4,5%. Agora, depois de anunciar um crescimento de apenas 0,6% no primeiro
trimestre em relação ao último trimeste de 2012, o ministro começa a revisar
sua estimativa para baixo, insinuando algo inferior a 3,5%. Especialistas do
mercado já falam em 2,0% a 2,5%. Eu, particularmente, reitero a estimativa
feita em um artigo escrito no início de Março, onde escrevi que não deveríamos
esperar taxas entre 3% e 4%, mas algo muito inferior a isso! Aposto em algo ao
redor de 1,5% a 2,0%. Espero estar errado, muito errado!
A badalada economia brasileira vem mostrando sinais de enfraquecimento. A
inflação vem crescendo de forma alarmante. A geração de novos postos de
trabalho está em desaceleração. Juros estão em alta. A balança comercial vem
apresentando resultados decepcionantes. O câmbio oscila de forma preocupante. O
índice de endividamento das famílias é muito alto e elase estão reduzindo seu
consumo, o motor da economia interna. E o pior de tudo, o Governo mostra sua
tamanha incapacidade em lidar com tudo isso. Está mais preocupado com o cenário
político do que com medidas realmente necessárias para reverter o rumo
econômico.
O Governo mostra também a sua falta de habilidade política quando tem
dificuldades para aprovar uma medida provisória tão importante como essa que
trata dos portos brasileiros. Se não abrir o bolso, nada conseguirá de seus
"aliados".
Diante disso, as empresas precisam tomar algumas atitudes que considero
vitais para a sobrevivência e crescimento nesse momento tão preocupante e
conturbado.
Primeiro, deverão aperfeiçoar seus mecanismos de gestão financeira. A
grande maioria sequer tem uma DRE - Demonstração do Resultado do Exercício, ferramenta
importantíssima para a tomada de decisões. Algumas até têm uma DRE, mas a obtem
com 20, 30, 60 dias de defasagem. Guiam seus carros utilizando apenas espelhos
retrovisores. No caso dos Embarcadores, muitas vezes faltam instrumentos de
gestão dos custos logisticos; infelizmente, os tradicionais sistemas de custeio
trazem pouco ou nenhum detalhe dos custos existentes, e mais raramente ainda,
funcionam como uma ferramenta analítica de apoio à tomada de decisão.
Segundo, deverão melhorar seu processo de custeio e formação de preços.
Infelizmente, a grande maioria das empresas não conta com uma inteligência
nessa área. Trabalham na tentativa e erro, e colocam seu negócio em risco,
diariamente, a cada novo cliente conquistado.
Terceiro, deverão trabalhar arduamente para reter seus talentos. Não
poderão, em hipótese alguma, perder esse pessoal diferenciado, acima da média,
capazes de promover as mudanças necessárias na empresa. Essas pessoas funcionam
como agentes catalisadores, contribuindo diretamente para a inovação e para os
resultados financeiros da empresa.
Quarto, deverão trabalhar na elaboração de contratos ganha-ganha, buscando
um maior equilíbrio entre Embarcadores e Transportadoras.Muitas empresas sequer
têm contratos, e aqueles poucos que têm, contam com clausulas que pouco
favorecem uma parceria de longo prazo. Normalmente tratam com detalhes os
deveres da Contratada (neste caso a Transportadora), se estendendo por 2 ou 3
páginas, mas quando se referem aos deveres da Contratante (os Embarcadores),
trazem uma ou duas linhas, em geral, relacionadas à obrigação do pagamento dos
serviços prestados.
Quinto, deverão contar com indicadores de desempenho, metas e com uma
metodologia de gestão que estimule o trabalho entre os diferentes níveis
hierárquicos, departamentos e Clientes. E que tal pensar em uma remuneração
atrelada ao desempenho (meritocracia)?
E por fim, deverão trabalhar de forma objetiva e eficaz na identificação de
oportunidades de melhorias na empresa e na busca por alternativas para a
redução de custos e melhores níveis de serviço. Aí é importante e vital,
investir na capacitação de seu pessoal. Treinamento, se bem realizados, motivam
as pessoas e acrescentam novas competências. Infelizmente, em momentos como
esse, de dúvidas e de certo pessimismo, as empresas deixam de investir na
reciclagem e formação da equipe.
Não seja mais uma vítima da crise e da inércia intelectual. Não deixe esse
momento de indecisão se apoderar da sua empresa e de seus colaboradores.
Trabalhe para transformar uma eventual crise em um momento de grandes
oportunidades!
Nenhum comentário:
Postar um comentário