segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Artigo: Avarias em transportes... Isso pode matar a sua empresa!

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Avarias podem se transformar em um verdadeiro "pesadelo" para a sua empresa. Além dos danos diretos causados ao material, que poderão indisponibilizar parte ou a totalidade da mercadoria, ainda nos depararemos com os problemas relativos à ruptura ocorrida na cadeia de abastecimento de materiais. Dependendo de como o Cliente final for afetado, além da perda da venda ou até do próprio Cliente, poderemos incorrer no pagamento de multas contratuais, em lucros cessantes, em indenizações por danos morais, etc.

O problema da avaria é maior nas operações de transporte de cargas fracionadas, na qual são movimentadas mercadorias de diferentes valores e características físicas. Além disso, as movimentações decorrente da necessidade de consolidação e desconsolidação das cargas,  entre os veículos de coleta e entrega e os Terminais, acabam expondo os materiais a maiores possibilidades de impactos, vibração, compressões, molhadura e perfurações.

De pouco representativa há alguns anos atrás, as avarias passaram a ter uma grande importância para as Transportadoras (e consequentemente para seus Clientes), chegando em alguns casos a responder por alguns pontos percentuais da receita operacional líquida (ROL) dos prestadores de serviços.

Na prática, as avarias deveriam estar muito próximas de zero, mas vários fatores têm contribuído para seu descontrole e aumento.

Um dos principais fatores de avarias nas cargas está relacionado à qualidade das próprias embalagens, desenvolvidas muito mais com um enfoque mercadológico do que com uma preocupação com a sua eficiência logística, o que acabará afetando a integridade da mercadoria.

O excessivo manuseio também afeta diretamente os índices de avarias. A carga é movimentada inicialmente da linha de produção para o armazém. Do armazém segue normalmente para um veículo de coleta, mas pode seguir para um novo armazém. Do veículo de coleta segue para o terminal de cargas na origem, onde a mercadoria é descarregada, conferida, registrada e encaminhada para um veículo de transferência que seguirá para o terminal de destino. Poderá, inclusive, passar antes por um hub consolidador de cargas; nesse caso teremos uma nova viagem de transferência. No terminal de destino é novamente manuseada e conferida e colocada em um veículo de entrega. Por fim, do veículo de entrega é descarregada no Cliente. No Cliente ainda poderá sofrer novas movimentações até a sua utilização final.

O incorreto manuseio e acondicionamento das mercadorias, na maioria das vezes ocasionadas pela inexistência de procedimentos operacionais ou falta de treinamento da equipe, também contribuem diretamente para o aumento do número de avarias. Tanto por parte do Embarcador como parte do Transportador devem existir manuais operacionais, detalhando a forma de manusear as mercadorias, o modo de empilhar, riscos existentes, etc.

A "convivência" entre cargas de diferentes perfis na operação de transportes colabora para o aumento dos índices de avarias. Muitas Transportadoras transportam mercadorias de características diferentes em peso e volume, com requerimentos de qualidade variados. É muito comum uma transportadora consolidar em um mesmo caminhão materiais como  utilidades domésticas, plásticos, autopeças, produtos têxteis e calçados, bebidas, tintas e vernizes, brinquedos, eletroeletrônicos, etc. Imagine o resultado prático disso...

A demora em solucionar os problemas relacionados às avarias faz com que os Clientes bloqueiem o pagamento dos fretes ou realizem descontos unilaterais enquanto não obtiverem um retorno formal das Transportadoras. Isso colabora para desgastar o relacionamento comercial entre as empresas e impacta diretamente na rentabilidade das Transportadoras.

Tanto por parte das  Transportadoras como por parte dos Embarcadores deve existir uma abordagem técnica voltada à melhoria contínua. Mais do que simplesmente "remendar" o problema, devemos nos aprofundar nas causas raízes das avarias, sejam elas muito ou pouca representativas.

Não basta apenas indenizar o Cliente. Mesmo que a Transportadora ressarça o Embarcador pelos valores devidos, este poderá sofrer graves consequências futuras junto aos seus Clientes finais, em função do atraso de entregas, entregas parciais, entregas não realizadas, etc.

As Transportadoras precisarão reavaliar seus procedimentos operacionais internos, rever seus sistemas informatizados, investir em melhores equipamentos e estruturas para a unitização das cargas, capacitar a equipe e desenvolver controles que permitam um acompanhamento constante dos fatores geradores das avarias nas cargas.

Da parte do Embarcador, é primordial reavaliar as condições operacionais da embalagem e identificar os requerimentos para manuseio e estocagem das mercadorias.

No caso das avarias, trabalhe preventivamente. Não espere o problema se tornar grande e complexo. Bom trabalho!

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