quarta-feira, 17 de abril de 2013

Artigo: Três números que realmente importam para uma Transportadora - Parte I de III


Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda. 

Três números realmente importam para os executivos e demais profissionais atuantes em Transportadoras. São eles: a Receita Operacional Líquida (ROL), o Custo dos Serviços Prestados (CSP) e as Despesas Operacionais (DO). A rentabilidade é uma consequência natural dessas três contas. 


A ROL - Receita Operacional Líquida é o resultado da subtração entre a Receita Operacional Bruta e os impostos diretamente incidentes sobre as vendas, como PIS, COFINS e ICMS e também da subtração dos descontos concedidos sobre as vendas. Algumas empresas, sabiamente, também deduzem da ROB as indenizações pagas a clientes, decorrentes de avarias, furtos e extravios de mercadorias. Na Receita Operacional Bruta devem ser consideradas apenas as receitas oriundas da prestação de serviços; receitas diversas, obtidas por outros meios (venda de ativos, por exemplo) devem ser contabilizadas como receitas não operacionais.

O CSP - Custo dos Serviços Prestados corresponde aos gastos com a operação. Englobam custos operacionais e administrativos. Dentre os custos operacionais destacamos as cifras envolvidas nas operações de coleta e entrega, transferência e terminais de carga.  Os custos operacionais se subdividem em custos fixos e variáveis.

Os custos fixos correspondem ao salários, encargos sociais e benefícios da tripulação, depreciação e remuneração do capital dos equipamentos de transportes (cavalo mecânico e semi-reboque/reboque), seguro dos equipamentos, documentação (CRLV, IPVA e DPVAT). Parte da manutenção também deve ser classificada como custo fixo, como salários, encargos sociais e e benefícios da equipe de oficina (mecânicos e ajudantes) e os custos com a infraestrutura física da área de manutenção (instalações e ferramental).

No caso da utilização de Terminais de Cargas, muito comuns em operações de carga fracionada, podemos considerar que a grande maioria dos custos são fixos. É o caso da mão de obra utilizada na carga e descarga de veículos, no aluguel do prédio ou depreciação mais remuneração do capital do imóvel próprio, nos gastos com segurança patrimonial e manuntenção predial e na depreciação e custo de oportunidade dos equipamentos e infraestrutura para a movimentação e eventual armazenagem dos materiais, que poderá envolver a utilização de paleteiras, empilhadeiras, escadas móveis, carrinhos diversos, estruturas porta-páletes, etc. Poderão existir custos variáveis, como é o caso da contratação de terceiros para o manuseio de materiais ou para a carga e descarga de veículos em períodos de pico na operação.

Os custos variáveis envolvem gastos com combustível, peças para a manutenção, pneus, lavagem e lubrificação e pedágios.

Os custos administrativos referem-se à área de tráfego, responsável pelo planejamento, gestão e controle das atividades operacionais. Referem-se aos gastos com a equipe (salários, encargos sociais e benefícios) e instalações físicas e equipamentos. Normalmente são rateados por veículo, faturamento, peso ou número de CTRCs emitidos.

Os custos fixos e variáveis relacionados ao gerenciamento de risco podem ser incluídos aqui, ou em conta à parte para a composição da porcentagem de GRIS.

Gastos com o seguro obrigatório de responsabilidade civil do transportador rodoviário de carga também deverão ser contabilizados à parte para a composição do
ad-valorem.

As Despesas Operacionais abrangem os gastos necessários ao apoio da operação. Envolvem todas as despesas relacionadas aos departamentos de Recursos Humanos, Qualidade Total, Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA), Contabilidade, Administrativo-Financeiro, Controladoria, Auditoria Interna, etc., em sua matriz e filiais. Aí estão incluídos os gastos com aluguel ou depreciação das instalações físicas (incluindo móveis e utensílios), depreciação e custo de oportunidade de equipamentos de informática e sistemas de segurança, IPTU, água e energia elétrica, salários, encargos sociais e benefícios de toda a equipe administrativa, gastos com materiais de escritório, despesas com comunicação (internet, links, telefonia móvel e fixa, etc), viagens e estadias da equipe, despesas legais e judiciais, despesas diversas (motoboys, cartório, correios, etc), gastos com assessorias externas, serviços de manutenção e limpeza, etc.

Um bom plano de contas, em conjunto com um moderno sistema informatizado de gestão (solução ERP), lhe ajudará a consolidar as informações de forma contábil e gerencial, alocando corretamente os dados em suas respectivas contas de receita, custos e despesas. Um plano de contas com erros conceituais e com um nível de detalhamento inadequado lhe conduzirá a uma errada classificação e interpretação dos dados, e consequentemente à equívocos na tomada de decisões.

Os dados consolidados deverão constituir uma importante instrumento de gestão para a Transportadora, a DRE - Demonstração do Resultado do Exercício. Tão ou mais importante do que outros demonstrativos ou ferramentas de gestão financeira, como o Balanço Patrimonial e o Fluxo de Caixa, a DRE é essencial para os executivos das Transportadoras.

A princípio a DRE deverá ser aberta por Filial e consolidada (todas as Filiais e a Matriz). Mas a Transportadora deve atuar de tal forma para que em muito breve tenha uma DRE por cliente, priorizando obviamente os clientes da curva "A", que representarão 70% do faturamento da Transportadora e depois os Clientes "B", que responderão por mais 20% da receita total da empresa. É um caminho longo e árduo, mas que precisará ser percorrido por todas as Transportadoras, independente de seu porte ou mercado de atuação.

Portanto, reserve recursos e direcione os esforços internos necessários para obter um confiável processo de custeio da operação, o que lhe permitirá a correta tomada de decisão em sua empresa, em todas as diferentes esferas de gestão, seja na área de Vendas, Operações, Financeiro, RH, etc.

Bom trabalho!

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