sexta-feira, 3 de maio de 2013

Artigo Três números que realmente importam para uma Transportadora Parte II de III


Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Conforme tratado no artigo anterior, parte I, o CSP - Custo dos Serviços Prestados responde por uma importante parcela da ROL - Receita Operacional Líquida da Transportadora. Corresponde a todos os custos fixos e variáveis de uma operação, envolvendo gastos com motoristas e ajudantes, mão de obra para carga e descarga, equipe de gestão (setor de tráfego), documentação do veículo, seguro dos equipamentos, depreciação dos ativos, combustível, manutenção, pneus, lavagem e lubrificação, pedágios, etc.

Normalmente, o CSP varia de 70% a 80% da ROL, mas em alguns casos, chega a consumir a quase totalidade da receita gerada. Identificamos diversas empresas com CSP superior a 90% da ROL, ou seja, apenas 10% da ROL restarão para cobrir as despesas operacionais e financeiras, o IRPJ, a CSLL e a margem de lucratividade dos acionistas da Transportadora.

Para a Transportadora alcançar um lucro líquido de 10%, é crucial que o CSP não ultrapasse 75% da ROL. Custos superiores, entre 75% e 80% implicarão em atenção da empresa, como se uma luz amarela tivesse sido acesa. É hora de agir, de identificar os motivos da variação e de tomar as decisões necessárias.Nesta situação, é imprescindível o envolvimento dos gerentes corporativos e dos gerentes de filiais.

Se o CSP ultrapassar a perigosa marca de 85% da ROL, significará, automaticamente, que a sua empresa terá prejuízo ou um lucro insignificante, muito próximo de zero. A luz vermelha se acendeu e algo precisará ser feito urgentemente. O foco deverá ser a produtividade operacional e a eliminação dos desperdícios existentes. Também poderemos constatar que a receita é de baixa qualidade. Neste caso, será muito importante o envolvimento direto dos altos executivos da empresa, para a rápida reversão dos resultados. Fazendo uma analogia com o corpo humano, isso significa que a sua empresa está muito doente, mas que ainda não corre risco de morte.

Mas, e se o CSP ultrapassar o patamar de 90% da ROL? Bem, isso significa que a luz negra está acesa, e que algo terá que ser feito, "doa a quem doer". Sua empresa encontra-se na Unidade de Terapia Intensiva (UTI); seus batimentos cardáicos estão muito baixos, a pressão vem caindo, e doses reforçadas de remédios estão sendo aplicados. Neste caso, muito provavelmente será necessário contar com ajuda externa, de especialistas experientes, que ajudarão os executivos da empresa na recuperação da saúde financeira da transportadora. A chance de recuperação é muito menor e exigirá a utilização de soluções complexas. Em alguns casos, a reengenharia parcial ou total da empresa poderá ser a melhor solução.  Nessa calamitosa situação, será importante rever o organograma da empresa, o quadro de funcionários, a malha operacional, perfil da frota, parceiros utilizados, tabelas de fretes, contratos, nível de serviço, etc. Neste momento não há mais espaço para questionamentos, discussões conceituais, quebras de paradigmas, disputas políticas internas, etc. É hora de agir!

Mas por que o CSP atinge cifras tão altas, a ponto de colocar as empresas em risco de sobrevivência?

Vários são os motivos, mas é importante entender que esse processo não ocorre de uma hora para outra, e que não é um processo "silencioso", que toma conta da empresa sem o seu devido conhecimento ou percepção. Temos constatado que algumas empresas levaram até 5 anos para saltar de uma patamar saudável para um nível "doentio" em seu CSP.

Um dos principais motivos dessa inoperância reside na falta de ferramentas de gestão, que traduzam a realidade operacional em números. Muitas transportadoras não têm uma DRE - Demonstração do Resultado do Exercício; outras até têm, mas são meras demonstrações contábeis, distantes da realidade do dia-a-dia. Sem a correta medição, não há o que fazer.

A falta de gestão da rotina diária da área operacional também favorece ao descontrole dos gastos e aumento do CSP. Muitas empresas atual com controles manuais, defasados em tempo, e que permitem apenas a tomada de ações corretivas, reforçando os aspectos reativos da gestão. Incentivamos a formação de bombeiros, ao invés de alimentarmos o  desenvolvimento de posturas táticas e estratégicas.

Outras empresas se esforçam para ter uma DRE realista, mas falham em conceitos, alguns deles muitas vezes básicos. Seus planos de contas estão incorretos e a apropriação dos custos ocorre de forma equívoca. Ou falham na questão temporal, apropriando contas segundo o fluxo de caixa e não pelo regime de competência, ou seja, apropriam uma conta de combustível em Abril, quando ela foi efetivamente paga, e não em Março quando ocorreu o fato gerador do custo.

Além da falta de controle e de falhas conceituais na apuração dos custos, o aumento do CSP também se deve à falta de capacitação dos responsáveis pela tomada de decisão nas Transportadoras. Certa vez, após apurar o CSP de uma empresa, e constatar que ele estava em 92% da ROL, o Gerente Corporativo de Transporte me disse: "impossível que isso esteja ocorrendo, se estivesse tão ruim eu já teria percebido; com certeza está errado, ou eu sou muito burro". Ao final, constatamos que o número não estava errado, que a situação da empresa era realmente muito crítica; em 9 meses o tal gerente foi demitido.

Outro fator, que contribui para o aumento do CSP está relacionado ao modelo de gestão instalado nas Transportadoras. Muitas empresas acostumaram-se a decidir com base no feeling, em um controverso sistema de tentativa e erro. No passado pode ter dado certo, quando as margens eram maiores, permitindo erros e acertos. Infelizmente essa margem é muito menor, se é que ainda existe!

O aumento do CSP também pode decorrer da baixa qualidade da receita gerada. Isso ocorre com aqueles Clientes que pagam mal, mas que exigem nível de serviço de altíssima qualidade. Em muitas empresas, eles já são a maioria. Sem a devida contrapartida da receita, os custos obviamente aumentarão.

Mas o que fazer, diante de cenários desoladores, onde o "paciente" está muito doente ou já se encontra na UTI? Bem, esse é o tema da terceira e última parte deste artigo, que em breve você receberá.

De qualquer forma, fique atento aos seus custos. Estruture-se adequadamente para decidir com base em informações confiáveis, investindo em sua equipe, em seus processos-chave e nas soluções tecnológicas. E não hesite em buscar ajuda externa. Bom trabalho!!! Trabalho não faltará!

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