segunda-feira, 29 de julho de 2013

Artigo: Se a economia não vai bem, o que os profissionais de logística devem fazer?

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Os números não são nada positivos. Diversas instituições financeiras e o próprio Governo sinalizam um crescimento insignificante para 2013. Segundo especialistas, 2014 não deverá ser diferente. Não vamos discorrer sobre as causas da estagnação econômica, já que existem diversas correntes discutindo o passado, presente e futuro da economia brasileira.
 Em um cenário desolador como esse, qual deve ser a postura da área de logística? Que ações devem ser adotadas pelos Embarcadores e pelos prestadores de serviços?

 Você pode adotar diferentes posturas em um momento como esse.

Pode atuar de forma passiva, inspirado pela música do Zeca Pagodinho (deixa a vida me levar, vide leva eu...) e adotar uma postura reativa, remendando aqui e ali, correndo atrás dos prejuízos causados pela baixa utilização da capacidade operacional existente, pelo aumento dos custos, pela falta de rentabilidade em relação aos investimentos realizados, etc. Nesse cenário, a empresa perde competitividade, se endivida, corta gastos de forma desorganizada, perde Clientes, etc.
 Você pode optar por adotar uma estratégia de defesa, focando exclusivamente na redução de custos na operação logística. E pode fazer isso de duas maneiras distintas: atuando de forma terrorista junto ao seu parceiro logístico ou desenvolvendo um trabalho colaborativo.
 Muitas vezes, devido às pressões internas, o gestor da área de logística se vê encurralado e obrigado (às vezes estimulado)  a "varrer" a sujeira para debaixo do tapete dos outros, nesse caso o seu parceiro logístico. Nessa situação, os resultados até poderão ser alcançados no curto prazo, mas obviamente sem consistência alguma, e às custas da rentabilidade da Transportadora ou do Operador Logístico. Trata-se de uma postura imatura, unilateral, ganha-perde, e que cada vez menos encontra respaldo no mercado.

 O ideal seria somar competências, de tal forma que ambos os lados trabalhem de forma conjunta, com objetivos comuns. Trata-se de uma abordagem ganha-ganha, de muito aprendizado e ganho intelectual, sustentável no médio e longo prazo. É mais demorada obviamente, mas a relação custo-benefício é extremamente vantajosa para ambos. Comece-a entendendo claramente onde estamos e aonde queremos chegar. Tenha uma visão apurada dos custos, e busquem identificar possíveis oportunidades de melhorias. Defina de 5 a 10 ações relevantes, priorize-as e detalhe-as utilizando as ferramentas da qualidade total como PDCA, 5W2H, DMAIC, etc. Monitore os resultados obtidos e realize todos os ajustes necessários.

Uma terceira possibilidade envolve ignorar a palavra CRISE e encontrar alternativas diferentes das atuais para driblar a inércia da economia. Nesse caso a empresa se submeterá a maiores riscos, já que algumas das suas iniciativas poderão levar a resultados diferentes dos incialmente estimados. O esforço inovativo será grande, mas a necessidade de aperfeiçoar o que já existe ou de realmente recriar o negócio (talvez uma reengenharia) poderá catapultar a empresa a um nível de custos e serviços diferenciado. Infelizmente, poucas empresas estão realmente capacitadas nesse sentido. Poucas delas estimulam seus funcionários no questionamento dos modelos existentes e na inovação contínua, não apenas de produtos ou serviços, mas também de práticas de gestão. 
É na hora da crise que nos vemos forçados a reinventar, e as empresas preparadas para isso laragarão em grande vantagem nessa corrida. Elas saberão envolver seus parceiros em toda cadeia logística de forma consciente, positiva, uniforme e objetiva, produzindo resultados de forma rápida e consistente. Alcançará resultados sem terrorismo, sem ganha-perde, sem atirar de forma aleatória para todos os lados, na tentativa e erro. 

Uma economia em marcha lenta poderá se transformar em uma grande oportunidade para os profissionais da área de logística, mas também poderá se constituir em uma grande armadilha para os desesperados e despreparados! De qual lado você estará?

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