Artigo escrito por
Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em
Logística Ltda
Pense em uma competência importante para os profissionais de logística.
Você deve ter pensado em várias coisas, correto? Agora, coloque-as numa
ordem de importância, da mais importante para a menos importante. Com certeza,
as três mais importantes competências estarão ligadas a algo como
"orientação para resultados", "hands on",
"capacidade de suportar situações de pressão",
"flexibilidade", "negociação","familiaridade com
números", "facilidade com cálculos", etc.
Seja qual for a característica que você priorizar, ela provavelmente terá
uma ligação com a capacidade de lidar com os números relevantes da empresa,
no nosso caso, com as cifras relacionadas à operação logística, aquelas
que afetam o resultado financeiro da companhia, principalmente o lucro.
Ppor detrás do lucro está a gestão dos custos. Custos mal dimensionados
afetarão a rentabilidade da empresa. Nesse cenário a empresa se verá obrigada a
reduzir sua margem de lucratividade ou a repassar suas ineficiências para os
preços, podendo perder competitividade (e participação) no mercado. Você
gostaria de ver a logística sendo responsabilizada por isso?
Obviamente que não. Portanto, lidar corretamente com os custos logísticos é
condição sine qua non para a sobrevivência e crescimento do profissional
da área de logística. E da sua empresa também!
Comece conhecendo os componentes do custo logístico. Parece fácil, mas não
é. Teoria será fundamental. Quanto mais você mexer, mais coisas você
encontrará. Esse é o primeiro passo.
Procure também entender o fluxo de informações para o custeio. Apure os
procedimentos e os sistemas de informação por detrás dos custos. Avalie a
confiabilidade e a lógica de apuração dos dados. Entenda a fundo o
"caminho" que os custos percorrem até chegar a você.
Na sequência entenda a relação entre o custo e o fator gerador desse custo.
Ou seja, o que produz o custo e como se comportam essas variáveis?
Por exemplo: ao vender de forma fracionada, que impacto isso terá sobre os
custos operacionais? Teremos menores quantidades apanhadas, mais vezes ao longo
do dia. Isso significará maior necessidade de mão de obra e equipamentos de
movimentação. Em função do aumento da complexidade operacional, demandaremos
maiores investimentos em tecnologia da informação (coletores de radiofrequência
por exemplo) e em automação, e maiores esforços no inventário dos materiais remanescentes.
Antes de expedir, a carga precisará ser unitizada, exigindo etiquetas, filme stretch,
e mão de obra para o manuseio e preparação. Em função do fracionamento, será
necessário um maior nível de conferência, e por aí vai...custos, custos e mais
custos!
Entendendo os custos e os fatores geradores dos custos, restará agora
analisar as informações existentes, definir metas de redução e
"quebrar a cabeça" para identificar formas de reduzí-los. Existe uma
longa de lista de perguntas que devem ser feitas, como por exemplo:
- existem processos que podem ser eliminados, simplificados ou combinados
com outros?
- é melhor eu mesmo fazer ou transferir essa atividade para um terceiro
especializado?
- esse parceiro, com o qual trabalho atualmente, é o melhor para a minha
empresa? Existem outras opções? Quanto custarão?
- posso automatizar algo e reduzir a necessidade de mão de obra?
- é possível reduzir custos treinando a minha equipe? Que tipo de
treinamento é necessário?
Superada essa "dolorida" etapa, faltará apenas adotar formas de
garantir a sustentabilidade dessas ações no médio e longo prazo, para não
perdermos as conquistas alcançadas. Isso envolverá adotar utilização de
ferramentas da qualidade, instrumentos de gestão à vista, remuneração variável,
etc. Não é fácil, mas é gratificante demais!
É isso aí...conjugue o verbo custear em todos os tempos possíveis. Não
espere que seus concorrentes te ensinem!
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