Artigo
escrito por Álvaro Fagundes Junior
O Comercio Internacional Global teve um crescimento
impressionante nas últimas décadas, saltando de US$ 235 bilhões em 1960 para
US$ 34,7 trilhões em 2008, um salto de 146,6%,
batizando esta etapa da história como a era da Globalização
O Brasil, embora com uma participação muito pequena neste
bolo, teve também seu crescimento, tendo atingido a marca de U$ 230 bilhões em
exportações no ano passado e para refrescar nossa memória, lembremos que a meta
no governo FHC era a de atingir U$ 100 milhões em exportações, o que foi
alcançado e ultrapassado desde então
Muitos fatores tem afetado o crescimento da participação
do Brasil no comércio internacional, como a falta ou perda de competitividade
de nossa indústria, falta de uma política industrial mais clara e definida, mas
o fator limitante mais importante vem de nossa infra estrutura ou falta dela
logística capaz de sustentar um crescimento mais expressivo de nossas
exportações
Aliada à falta de infra estrutura está a burocracia
presente em nossas fronteiras portos , aeroportos e fronteiras secas que por
não se modernizarem, interferem de maneira absurda no tempo em que as
mercadorias ficam paradas nesses pontos, aguardando liberação/nacionalização,
aumentando ainda mais o chamado Custo Brasil, que vai alimentar a falta de
competitividade de nossos produtos, criando assim um círculo vicioso
Os meios de transportes vem se desenvolvendo
aceleradamente, com a construção de navios de maior porte, capazes de carregar
10/15.000 teus, aviões cargueiros para 120/150 toneladas, caminhões mais econômicos
e com capacidade volumétrica maior, aumentando cada dia a competitividade deste
modal nas exportações aos nossos países vizinhos, porém a falta de infra
estrutura não nos permite usufruir desses benefícios , pois não temos portos
para receber esses navios, nossos aeroportos operam bem acima de sua capacidade
nominal e os corredores rodoviários ligando o Brasil aos países fronteiriços
sofrem não apenas com a falta de investimento brasileiro, mas enfrenta também
as restrições de nossos vizinhos
Atualmente vem se discutindo e implantando a nível
mundial o conceito de e-freight para as cargas aéreas, o que permite uma
redução absurda na quantidade de papel na cadeia da exportação ou importação
via este modal
O Brasil ainda está dando os primeiros passos nesta área,
muito atrás de países como Chile e Colômbia onde o sistema já está em pleno
funcionamento, permitindo a agilização, desburocratização e barateamento do
custo logístico total no comercio internacional desses países
Países como o Chile, onde a legislação alfandegária parte
do princípio de que as empresas são idôneas, permite por exemplo, que os
importadores utilizem de um regime aduaneiro especial, transformando seus
próprios armazéns em entrepostos aduaneiros, nacionalizando as mercadorias na
medida em que são utilizadas, ou seja a decisão de onde manter o estoque é da
empresa, que poderá sua própria instalação para este fim
Citamos aqui apenas dois exemplos de como poderíamos
adotar medidas eficazes visando desburocratizar e baratear nossos processos,
reduzindo significativamente o Custo Brasil
Para quem atua ou já utilizou o modal rodoviário para as
exportação, sabe que há tempos (desde 1990) seria possível ter o transito
aduaneiro entre os países com grau de automatização muito mais presente, quando
no início dos anos 90 foi desenvolvido o cartão magnético onde constaria todos
os dados do transito (exportador, importador, transportador, carga, preço, etc)
e que seria apresentado na fronteira, evitando a parada na fronteira,
conferencia da papelada, conferencia do lacre, para liberar o caminhão para
seguir viagem, após ter perdido pelo menos 6 horas nesse processo. Sua
implantação foi vetada pelas aduanas envolvidas...e obviamente os empregos
garantidos
A operação de cada modal de transporte está afetada
sobremaneira por todas esses questões, por isso, quando se planeja e se calcula
os custos inerentes a cada importação e exportação, fatores e custos muito além
da simples tarifa de frete tem que ser levado em consideração, pois afetam
sobremaneira o Custo Logístico Total envolvido no negócio
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